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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

PÃO COM MORTANDELA ....


Dias 13, 20 e 27 de setembro
Três espetáculos de teatro adulto marcam a temporada cultural no SESC Campos
A temporada teatral do SESC Campos, em setembro, tem atrações para todos os gostos: humor e drama em "Pão com mortadela" (dia 13/9), que gerou uma indicação ao Prêmio Shell 2007 de melhor direção; neuroses humanas através da relação de duas irmãs em "Desejo" (20/9), baseado na obra "A serpente", de Nelson Rodrigues; e a história de um triângulo amoroso composto por uma mulher e dois homens que são amigos há muito tempo em "Cachorro!" (27/9), de Jô Bilac, também inspirado no universo rodrigueano.
Para complementar a programação, serão oferecidas oficinas gratuitas, como "O Trágico na Visão de Nelson Rodrigues", dias 20, 21, 27 e 28/9 e "Cine, Teatro, Vídeo e Poesia", dias 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25/9. Os espetáculos teatrais terão ingressos populares, com preços variando entre R$2 (comerciários), R$3 (estudantes e idosos e R$4 (público em geral). A classificação é de 16 anos para todas as atrações.
TEATRO "PÃO COM MORTADELA" 13/9 20h. A amarga história do nascimento de Henry Chinaski, alter ego do autor, Charles Bukowski, contada com agilidade e humor. Adaptação de João Fonseca e Sacha Bali, e direção de João Fonseca. Com Aline Fanju, Gustavo Nunes, Lívia de Bueno, Jorge Lucas, Rosanna Viegas e Sacha Bali.
O texto do espetáculo, INDICADO AO PRÊMIO SHELL 2007 DE MELHOR DIREÇÃO, é uma adaptação - feita pelo diretor João Fonseca, da Cia "Os F... Privilegiados", e pelo ator Sacha Bali, que interpreta o próprio Chinaski - do romance "Misto-quente" (Ham on Rye, 1982), em que Bukowski narra sua própria infância e adolescência.
"Pão com Mortadela" esteve em cartaz por quatro semanas na Sala Multi-uso do Espaço SESC (Copacabana), lotando todas as sessões da temporada e rendendo excelentes críticas e matérias de destaque nos principais jornais do Rio de Janeiro. A segunda temporada - prevista para durar três semanas no Teatro Leblon - foi prolongada duas vezes devido ao imenso sucesso de público, totalizando nove semanas. Dois dias depois do fim desta temporada, o espetáculo reestreou na Casa da Gávea. Em novembro, "Pão com Mortadela" foi apresentado no FITA (Festival Internacional de Teatro de Angra dos Reis), e em seguida no Teatro da Caixa Cultural em Brasília, com lotação praticamente esgotada.
Formado por jovens atores de diferentes estados do país, o elenco se formou durante uma oficina ministrada por João Fonseca em agosto de 2006. A partir de então, o grupo passou a pesquisar a fundo a obra de Bukowski e a trabalhar na encenação, cuja estréia se deu nove meses mais tarde, em maio de 2007. É a sexta vez que João Fonseca concorre ao Prêmio Shell de melhor direção, que ganhou em 1997, com o espetáculo "O Casamento".
Ficha técnica: Texto: Charles Bukowski. Direção: João Fonseca. Adaptação: João Fonseca e Sacha Bali. Elenco: Aline Fanju, Gustavo Nunes, Lívia de Bueno, Jorge Lucas, Rosanna Viegas e Sacha Bali.
"DESEJO" 20/9 20h Baseado na obra A Serpente, de Nelson Rodrigues, o texto fala de traições e loucura, amor e ódio, das neuroses humanas através da relação de duas irmãs. Direção de Mahelle Cristina e Rodrigo Caldas, com a Cia de Arte Persona.
DESEJO "O homem deseja sem amor, a mulher deseja sem amar". Um estudo da obra de Nelson Rodrigues, tendo como principal ponto de partida o texto "A Serpente". Partindo de leituras de textos de Nelson Rodrigues e exercícios dramáticos baseados nos personagens e situações mais comuns na obra do renomado dramaturgo, um dos núcleos de atores da Cia de Arte Persona desenvolveu o espetáculo "Desejo".
O texto fala de traição e loucura, amor e ódio, das neuroses humanas através da relação de duas irmãs. Quando Lígia é abandonada pelo marido, Guida lhe faz uma proposta tentadora e ao mesmo tempo traumática. A partir daí sucede-se uma série de acontecimentos dramáticos, culminando num final surpreendente.
O texto é como uma pintura, uma obra de arte, cada um interpreta de uma forma. E é isso que o torna tão fascinante. Partindo da trama de "A Serpente" foram inseridas situações e personagens com características do universo rodriguiano, levando ao público uma experiência teatral que retrata um pequeno painel de suas tragédias suburbanas.
FICHA TÉCNICA: ELENCO: * DÉCIO PESSANHA * FERDINANDA MAIA * LÊNIN WILLEMEN * LÍVIA GIMENEZ * NATHÁLIA PEREIRA
PESQUISA MUSICAL: Décio Pessanha, Mahelle Cristina e Rodrigo Caldas EDIÇÃO SONORA: André Ferreira ILUMINAÇÃO: Francisco Pereira CENOGRAFIA: Criação coletiva - elenco/direção FIGURINO: Criação coletiva - elenco/direção DIREÇÃO: Mahelle Cristina e Rodrigo Caldas SUPERVISÃO: Tânia Pessanha
"CACHORRO!" Inspirado em roteiro de Patrícia Mello, narra a trajetória de um triângulo amoroso composto por uma mulher e dois homens que são amigos há muito tempo. Texto de Jô Bilac, direção de Vinicius Arneiro, com o grupo Teatro Independente. 27/9, 20h. R$ 2 (com), R$ 3 (est, usu e id.) R$ 4.
Livremente inspirado no universo de Nelson Rodrigues, "CACHORRO!" que rendeu a Vinícius Arneiro a indicação de melhor direção do Prêmio Shell de 2007 no Rio de Janeiro. Com dramaturgia de Jô Bilac, o espetáculo traz no elenco os atores Carolina Pismel, Felipe Abib e Paulo Verlings, integrantes do grupo Teatro Independente.
CACHORRO! narra a trajetória de um triângulo amoroso composto por uma mulher e dois homens que são amigos há muito tempo. "O drama dá-se de forma contundente na medida em que o noivo não está ciente da "sociedade amorosa" na qual está inserido. A sensação de perigo constante e o desejo pelo proibido fazem com que os amantes se arrisquem mais do que deveriam", explica o diretor do espetáculo, Vinícius Arneiro.
Para ele, Nelson Rodrigues é, na peça, o veículo para uma inspiração livre. "Recolhemos tudo o que foi possível, todo o material, os pensamentos arquitetados a partir do autor, para então tirarmos a essência e explorar o inesgotável dramaturgo. Concebemos um texto que Nelson não redigiu, mas que lhe pertence, porque surge a partir dele e porque diz respeito ao seu universo dramático", conta Vinícius.
Jô Bilac O texto de Jô Bilac partiu de uma adaptação do terceiro quadro do longa-metragem Traição, e que leva o nome de Cachorro! cujo roteiro é de Patrícia Mello. O texto foi formatado para ser um esquete de 10 minutos e com apenas dois atores. A pequena montagem participou, em 2006, do Festival Mercadão Cultural no Rio de Janeiro, sendo contemplada com os prêmios de Melhor Esquete e Melhor Direção. "Depois da boa aceitação, resolvemos levar adiante a investigação sob outras vertentes, onde o desafio seria a construção de uma dramaturgia original com alusão a Nelson", conta o diretor.
A dramaturgia de Jô Bilac realiza uma costura de elementos da também típica linguagem rodriguiana, preservando o ritmo, o uso de expressões que hoje soam cômicas, a maneira como as situações se desenrolam até o grande final trágico. O autor investiu num enredo fechado em detrimento da alternância de histórias.
Para Vinícius Arneiro é sempre um desafio encontrar novas articulações criativas na abordagem de um autor como Nelson Rodrigues. "Para criar um olhar de proximidade e distância, dissecamos o gênero e atualizamos alguns aspectos e subvertemos outros. Buscamos digerir antropofagicamente Nelson como referência fundamental da cultura popular carioca", frisa o diretor.
Diálogo com a atualidade Em CACHORRO!, o diretor procurou valorizar os elementos que identifica como mais pertinentes à contemporaneidade dentro da obra de Nelson. "Há uma potencialidade nos impulsos dos personagens que dialoga com os dias de hoje. Acho que o mundo atual é cada vez mais impulsivo e veloz. E os personagens de Nelson não são atravessados por um processo psicológico", afirma Vinícius.
O cenário, assinado por Daniele Geammal é concentrado no uso de luminárias e praticáveis transparentes constantemente manipulados pelos atores, em sintonia com a luz de Paulo César Medeiros, que ganha um poder de sugestão com os atores e as projeções de suas sombras. Os figurinos de Júlia Marini remetem, de forma colorida e criativa, aos subúrbios rodriguianos.
OFICINAS
O TRÁGICO NA VISÃO DE NELSON RODRIGUES Um estudo de elementos próprios da tragédia através de algumas obras do autor. Com a atriz e diretora teatral Sunshine Pessanha.
Dias 20, 21, 27 e 28/9 10h e 14h.
TEMA: Nelson Rodrigues - o que há de trágico nas tragédias cariocas
FOCO: Um estudo mais aprofundado de elementos próprios da tragédia através de algumas obras do autor. Discussão em torno das novas definições de trágico e da experiência catártica. Percepção destas questões através de experiências práticas culminando na montagem de alguns trechos de peças do autor.
Sunshine Pessanha, bacharel em Direção Teatral pela UFRJ e formanda do curso de Interpretação na UNIRIO. Trabalha como atriz há 17 anos e já atuou em diversas montagens em Campos dos Goytacazes e no Rio de Janeiro. Como diretora também já realizou vários trabalhos e sua mais nova produção é uma montagem de Senhora dos Afogados de Nelson Rodrigues.
CINE, TEATRO, VÍDEO E POESIA A produção de vídeos e a utilização da Internet como meio de divulgação.da arte no mundo moderno em que vivemos. Com o poeta e ator Artur Gomes.
Dias 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25/9 14h30.
Mais Informações para a imprensa:Fátima Gomes - Ass. de ImprensaTel.: (21) 3974-8903 ou (21) 8182-8364fatimagomes@sescrio.org.br Paulo Gramado Tel.: (21) 3974-8913 ou (21) 8820-1875 paulogramado@sescrio.org.br

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