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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Histórias que transformam



Histórias que transformam
Desvalorização, sucateamento, baixa remuneração, violência. Esses são problemas significativos pelos quais muitos professores têm passado no desempenho da profissão. Frequentemente a situação de descaso é denunciada. Um exemplo foi o levantamento realizado pelo jornal Estado de Minas, no último dia 13 de outubro -
divulgado em nosso site.

Nele, boa parte dos professores da rede pública de ensino, ao responderam o questionário do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), afirmaram ter sofrido algum tipo de violência nas dependências da escola no último ano. Transformar tal realidade é um dos grandes desafios da educação. Em Belo Horizonte, alguns educadores encontraram na literatura e nas histórias uma maneira de reverter esse quadro. Como a professora Cristiene Galvão, que faz das histórias uma grande aliada.

Trabalhando com crianças da 3ª série intermediária (antigo 3º período) da Cooperativa de Ensino de Belo Horizonte (Coopen BH), ela fez da contação de histórias uma prática constante em sala de aula. Após o horário do recreio, quando seus alunos estão mais agitados, sempre há uma boa história esperando para ser ouvida. Cristiene ressalta que a escola privilegia a literatura. “O objetivo é que eles leiam pelo deleite, por prazer”, explica. Augusto Rocha, Eva Furnari e Ronaldo Simões Coelho são uns dos preferidos desses “apaixonados pela leitura”.
Para Cristiene muitos educadores não gostarem de ler, o que compromete o desenvolvimento literário dos alunos. “Não é o caso de se afirmar que as histórias diminuem a violência, uma vez que ela tem vários matizes. Mas, é fato que elas nos possibilitam trabalhar questões internas”, observa. A educadora Cristina Barbosa também utiliza histórias em sala de aula. Diferente de Cristiene, ela trabalha com jovens e adolescentes das 6ª, 7ª e 8ª séries na Escola Estadual José Mendes Júnior. A escola está localizada no Aglomerado da Serra, maior favela da capital mineira. Cristina afirma que os adolescentes adoram ouvir histórias, principalmente as da tradição oral, por estarem próximas das suas realidades. “Muitos desses alunos já presenciaram cenas de violência. Também convivem com a presença do tráfico de drogas”, explica. Para ela, ouvir e contar histórias é um trabalho coletivo, que desperta cumplicidade entre os jovens. “Muitas vezes eles trazem de casa as histórias contadas pelos pais, avós. Esta é uma forma também de unir a família. Acredito que esse trabalho tem ajudado no encontro de um norte para suas vidas”, observa.
PerseverançaAssim como alguns professores, muitos são os casos em que as crianças também são vítimas. Agressões entre os pais e abandono são manifestações dessa violência. Para tentar impedir que o comportamento das crianças fique comprometido no futuro, a creche Vó Angelina, localizada no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, proporciona aos pequenos o contato com as artes. Trabalhando com recontos, teatro de fantoches, mímicas, dentre outros, elas tem a possibilidade de externar situações de conflito através da brincadeira, desenvolvendo o imaginário como fonte de resolução dos problemas.
Com o apoio da
Rede pela Educação Infantil de Belo Horizonte (Redin-BH) e a dedicação das professoras, as crianças ouvem histórias infantis, muitas delas escolhidas após diagnósticos. “Sempre focamos as vitórias dos personagens depois de situações difíceis. Dessa forma, a criança vivencia situações imaginárias através da dramatização das histórias contadas”, explica a professora Luciana Silvério Batista.
Para ela o amor dos pequenos ajuda a ultrapassar fatores como a baixa remuneração (cerca de R$600,00 para uma jornada de mais de sete horas diárias). “A criança passa a maior parte do tempo com a gente. Tornamos-nos uma família”, afirma.

Histórias que transformam
Desvalorização, sucateamento, baixa remuneração, violência. Esses são problemas significativos pelos quais muitos professores têm passado no desempenho da profissão. Frequentemente a situação de descaso é denunciada. Um exemplo foi o levantamento realizado pelo jornal Estado de Minas, no último dia 13 de outubro .

Nele, boa parte dos professores da rede pública de ensino, ao responderam o questionário do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), afirmaram ter sofrido algum tipo de violência nas dependências da escola no último ano. Transformar tal realidade é um dos grandes desafios da educação. Em Belo Horizonte, alguns educadores encontraram na literatura e nas histórias uma maneira de reverter esse quadro. Como a professora Cristiene Galvão, que faz das histórias uma grande aliada.

Trabalhando com crianças da 3ª série intermediária (antigo 3º período) da Cooperativa de Ensino de Belo Horizonte (Coopen BH), ela fez da contação de histórias uma prática constante em sala de aula. Após o horário do recreio, quando seus alunos estão mais agitados, sempre há uma boa história esperando para ser ouvida. Cristiene ressalta que a escola privilegia a literatura. “O objetivo é que eles leiam pelo deleite, por prazer”, explica. Augusto Rocha, Eva Furnari e Ronaldo Simões Coelho são uns dos preferidos desses “apaixonados pela leitura”.
Para Cristiene muitos educadores não gostarem de ler, o que compromete o desenvolvimento literário dos alunos. “Não é o caso de se afirmar que as histórias diminuem a violência, uma vez que ela tem vários matizes. Mas, é fato que elas nos possibilitam trabalhar questões internas”, observa. A educadora Cristina Barbosa também utiliza histórias em sala de aula. Diferente de Cristiene, ela trabalha com jovens e adolescentes das 6ª, 7ª e 8ª séries na Escola Estadual José Mendes Júnior. A escola está localizada no Aglomerado da Serra, maior favela da capital mineira. Cristina afirma que os adolescentes adoram ouvir histórias, principalmente as da tradição oral, por estarem próximas das suas realidades. “Muitos desses alunos já presenciaram cenas de violência. Também convivem com a presença do tráfico de drogas”, explica. Para ela, ouvir e contar histórias é um trabalho coletivo, que desperta cumplicidade entre os jovens. “Muitas vezes eles trazem de casa as histórias contadas pelos pais, avós. Esta é uma forma também de unir a família. Acredito que esse trabalho tem ajudado no encontro de um norte para suas vidas”, observa.
PerseverançaAssim como alguns professores, muitos são os casos em que as crianças também são vítimas. Agressões entre os pais e abandono são manifestações dessa violência. Para tentar impedir que o comportamento das crianças fique comprometido no futuro, a creche Vó Angelina, localizada no bairro Gutierrez, em Belo Horizonte, proporciona aos pequenos o contato com as artes. Trabalhando com recontos, teatro de fantoches, mímicas, dentre outros, elas tem a possibilidade de externar situações de conflito através da brincadeira, desenvolvendo o imaginário como fonte de resolução dos problemas.
Com o apoio da
Rede pela Educação Infantil de Belo Horizonte (Redin-BH) e a dedicação das professoras, as crianças ouvem histórias infantis, muitas delas escolhidas após diagnósticos. “Sempre focamos as vitórias dos personagens depois de situações difíceis. Dessa forma, a criança vivencia situações imaginárias através da dramatização das histórias contadas”, explica a professora Luciana Silvério Batista.
Para ela o amor dos pequenos ajuda a ultrapassar fatores como a baixa remuneração (cerca de R$600,00 para uma jornada de mais de sete horas diárias). “A criança passa a maior parte do tempo com a gente. Tornamos-nos uma família”, afirma.

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