Uma conversa com Ana Nogueira e Jujuba, do Cantos do Rio
Aletria - Como vocês se conheceram?
Jujuba – Eu faço teatro desde garoto. Como todo mundo começa: na escola, na igreja... Ao longo desses 30 anos que se passaram, claro, com algumas interrupções, fui percebendo que é uma coisa apaixonante. Eu resgatei há uns 15 anos efetivamente, profissionalmente. E encontrei a Ana pelo caminho.
Aletria - E a Ana Nogueira? Como conheceu o Jujuba e a contação de histórias?
Ana – Eu comecei muito garota, fazendo teatro. E também dei aula para crianças. Fui professora normalista e de educação infantil. Naquela época eu já contava histórias. Como nasci no interior do estado do Rio de Janeiro, ouvia histórias, sentada no fogão à lenha da minha avó. Então, eu cresci ouvindo histórias. Conheci o Jujuba há 13 anos.
Aletria – E esse encontro aconteceu no teatro?Jujuba – A Ana fazia parte de um grupo chamado Vagamundo e eu fazia a parte musical. Nós tivemos uma afinidade muito grande, ficamos amigos, independente da questão do trabalho, e resolvemos montar algo juntos. Assim nasceu o Cantos do Rio.
Aletria – O Cantos do Rio é formado por vocês dois?Jujuba – Sim, claro que com alguns convidados como Glauter Barros. O Adilson, marido da Ana, trabalha diretamente com a gente fazendo a parte cenotécnica, de som, iluminação.
Aletria – Vocês dois vieram do teatro. Como acreditam que essa arte dialoga com as histórias?
Ana – Eu acho que todos os recursos que você utiliza para aproximar a criança da literatura são válidos.
Jujuba - A gente respeita todas as possibilidades, como a Ana falou. Esse espetáculo, “Fábulas Fabulosas”, primeiramente foi montado no formato básico de contar só as histórias. Quando a gente resolveu transformá-lo num espetáculo, que não é só teatral, misturamos muitas linguagens como música, kirigame, mímica. A gente fala de tudo com uma multiplicidade de linguagens para poder engrandecer cada vez mais a literatura.
Aletria – O que vocês buscam ao transmitir as histórias? Qual o poder delas?
Ana – O poder da história é ilimitado. Ela tem o poder de incendiar a alma e a mente de todo ser humano.
Jujuba – A gente percebe, cada vez mais, que as nossas culturas brasileiras vêm se perdendo. As pessoas estão presas às questões eletrônicas, não que eu tenha algo contra. Há ainda essa coisa toda da distância e da tentativa de aproximação por meio da internet. O poder das histórias é de resgate, de ter uma ferramenta de transformação, de repensar os caminhos que a gente vem tomando. Se a gente não reagir nossos filhos e netos podem vir a sofrer as consequências disso.
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