Minha lista de blogs

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O SACI .....e a campanha ...




Acostumados que estamos com o personagem de Monteiro Lobato, que é:

“O saci é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte: azeda o leite, quebra pontas das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas. Quando encontra um prego, vira ele de ponta pra riba para que espete o pé do primeiro que passa. Tudo que numa casa acontece de ruim é sempre arte do saci. Não contente com isso, também atormenta os cachorros, atropela as galinhas e persegue os cavalos no pasto, chupando o sangue deles. O saci não faz maldade grande, mas não há maldade pequenina que não faça.”

Mas que ao ser capturado pela turma de Narizinho, torna-se um amigo e contato dos meninos com os animais e outros seres da mata. Gostamos do Saci, que tem até o dia dele, dia 31 de Outubro e é símbolo de um time de Futebol, o Internacional de Porto Alegre.

Verdade, que nem sempre foi assim. De origem indígena, era no princípio uma ave chamada Matintaperera, que surgia durante a noite e trazia pesadelos. Com a chegada dos portugueses e dos africanos, a ave mudou de plumagem. Virou um menino, perdeu uma perna e tornou-se um duende do estilo brincalhão. Muitas vezes confunde-se o saci com o Caipora, mas as suas marcas principais: o barrete vermelho, o fumo, o redemoinho, são únicas.

Quando olhamos os tipos e a história do Saci, percebemos nele um verdadeiro mito Gilbertofreyriano, pois as convergências que definem o personagem são marcantes. Por exemplo: de Portugal pode ter vindo a mão furada que usa para brincar com a brasa do cachimbo e o capuz podem ter vindo do Fradinho da Mão Furada, uma espécie de criatura que trazia pesadelos em Portugal, com comportamento semelhante ao Íncubo. Existe ainda uma versão benéfica, chamada Pretinho do Barrete encarnado, que apenas gosta de pirraçar crianças.

No Paraguai, temos o mito indígena do Yacy-Yaterê, que é um moço de peles dourados que engana as pessoas, levando-as até o irmão, um canibal, chamado Aó-Aó. É bom notar que a versão do saci no cone sul da América latina, pede comida e não fuma. Tem duas pernas o que pode indicar que a ausência da perna é coisa de europeu. Alguns estudiosos insistem que era uma forma de se referir aos negros foragidos, já que a mutilação poderia indicar o efeito da tortura que eram submetidos. Existe ainda o saci Trique, por emitir um ruído similar ao nome e o Saci Saçura, que tem olhos bem vermelhos.


Para capturar um Saci? Já me falaram de algumas formas, cada um se vira com a que der. Se você roubar-lhe a carapuça, ficará sem poder e fará de tudo para tê-la de volta. No Sítio, fala-se em usar uma peneira com tranças em forma de cruz, jogar bem no meio do redemoinho que o saci faz e então colocá-lo em uma garrafa fechada com uma rolha, que tem de ter uma marca de uma cruz. Funcionou para o Pedrinho, talvez funcione para a Sociedade dos Amigos do Saci ou para os caçadores desse curta.

Para finalizar, se você perdeu algo e acha que foi o saci; pegue uma palha e de três nós. O saci fica então com muita vontade de urinar (pois imagine qual parte a palhinha entrelaçada se relaciona nessa simpatia) e devolve o que sumiu. Ai basta procurar. Mas não sei se alguém ainda faz isso por aí, pois depois do Sítio, todo mundo quer ser amigo do saci.









Nenhum comentário: