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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MELHORES FILMES DE 2009- RUBENS Ewald FILHO



É muito difícil fazer a escolha, porque cada vez mais se embaralham as estreias. Já perceberam como a gente está esquecendo rápido dos filmes? E o sucesso é cada vez mais passageiro. Pensa bem nos filmes do Oscar este ano e vai ter dificuldade de lembrar até quem foi o vencedor. Olha que foi um enorme êxito em todo o mundo e provou mais uma vez que o Oscar tem poder.
Estou falando de “Quem quer ser um Milionário?”, mas poderia ser qualquer um dos filmes que tiveram seu auge no começo do ano e já foram substituídos por outros mais recentes. Será que nossos favoritos de hoje resistirão à prova do tempo? Difícil de afirmar. Decidi fazer esta lista de melhores (teremos também noutra matéria, a dos piores e decepções) de forma bem pessoal, sem concessões.
O Melhor filme do ano (comercial): Avatar - de James Cameron – Pode ser que ainda esteja sob o impacto de seu imaginário espetacular. Tecnicamente é uma maravilha, inovador, visualmente bonito, politicamente oportuno, não se importa mesmo em ser até anti-militarista, anti-fuzileiros. Se o roteiro tem falhas (diálogos nunca foram o forte do diretor), o resultado é sensacional e fiquei entusiasmado pela primeira vez em muito tempo.
Melhor lançamento de arte — Anticristo, de Lars Von Trier. Os “festivaleiros” que ficaram chocados me perdoem, mas o filme é impactante de verdade. Não se resolve numa única visão, é para ser discutido, dissecado. O diretor mergulhou nos seus infernos, mas foi até lá fundamentado, com base. E há quanto tempo a gente não se choca com mais nada? Só isso já seria um mérito.


Seleção dos melhores filmes de 2009




A Partida – (Departures)- Foi o filme japonês que venceu o Oscar de filme estrangeiro e que apesar de disponível em DVD, também continua em cartaz nos cinemas. Uma delicada história sobre a passagem da vida e a aceitação da morte, à moda oriental. A história da violoncelista que perde o emprego e vai trabalhar numa funerária na sua cidade natal, aproveitando para fazer as pazes com seu passado. Direção de Yojiro Takita.


Entre os Muros da Escola (Entre les Murs) – Poderoso filme francês, que põe o dedo na ferida dos problemas do ensino na França, em bairros populares, não muito diferentes dos brasileiros. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Direção de Laurent Cantent.

Frost/Nixon, de Ron Howard – Com um título desses ninguém quis ver. Uma pena, porque é muito bem feito, brilhantemente interpretado e dá uma visão lúcida de um momento triste da história americana, a hipocrisia do presidente Richard Nixon, logo depois seu pedido de demissão. O grande Frank Langella o interpreta.


Quem quer ser um Milionário? de Danny Boyle. O encontro entre Hollywood e Bollywood, num filme muito inventivo e surpreendente. Mas passageiro…


Trama Internacional, de Tom Twyker – Fracassou porque estreou justamente no momento em que sucedia a crise econômica que ele ilustrava e previa tão bem. Mostrando tudo em forma de thriller.


Bastardos Inglórios – Caiu no gosto do brasileiro, ainda não encontrei uma pessoa aqui que não tenha gostado – e vibrado – com este mais recente filme de Quentin Tarantino, que não foi apenas brilhante nos diálogos, mas numa outra coisa também. Uma ideia inovadora: por que o cinema não pode mudar a história e contar as coisas como quiser?

O Curioso Caso de Benjamin Button – Muito melhor do que aparentava. Conta a história de um homem que passa pela vida em brancas nuvens, sem ter feito nada de importante, a não ser ter nascido velho e vivido de trás para a frente.

Os Amantes (Two Lovers) – Caiu no gosto do público e estão certos. Uma história em que todos nós conseguimos nos identificar: quem já não amou uma loira do vizinho e foi desprezado? Gwyneth Paltrow em seu melhor momento.


Gran Torino – Difícil não admirar Clint Eastwood, sólido e se tornando liberal com quase 80 anos. Seu maior sucesso de bilheteria em toda sua carreira. Este ano também teve A Troca, outro filme de qualidade.



Almoço em Agosto – A volta do antigo cinema italiano humano e divertido, feito por atores amadores, dirigido e estrelado pelo roteirista de Gomorra, Gianni Di Gregório. Ele e mais um bando de velhas encantadoras e naturalíssimas. Mostra que o neo-realismo não morreu e a Itália ainda pode fazer grandes comédias dramáticas.


Katyn de Wajda – O maior diretor da Polônia conta a história do massacre onde mataram seu pai, um fato que os comunistas esconderam durante décadas. E faz tudo de forma, discreta, eficiente, sem perder a emoção.



O Leitor – Outro que já esta meio esquecido, mas foi outro acerto e finalmente fez justiça a Kate Winslet.



Distrito 9 – Por alguma razão foi rejeitado pelo brasileiro, talvez porque as favelas tivessem cara de Brasil, os bichos fossem feios ou simplesmente não entenderam suas denúncias políticas. Mas repensem que é bem legal.



O Casamento de Rachel – A volta do grande diretor Jonathan Demme num filme moderno que demonstra o que sempre se desconfiou: que Anne Hathaway é ótima.



Gostei também de Tudo Começou em Woodstock de Ang Lee e Dúvida com a Meryl Streep, mas não o suficiente para deixá-los entre os melhores. Milk, a Voz da Igualdade também teve um padrão de qualidade. Eu curti Presságio, para mim o mais divertido dos apocalipses.




Rio Congelado, O Visitante, ficaram acima da média dos independentes do ano. O Equilibrista deve ter sido o melhor documentário estrangeiro do ano (aliás, poucos chegaram aqui). O argentino A Janela era poético. Duplicidade tinha um final errado.



Bons filmes de arte: Meu Nome é Sabine (um tocante documentário da estrela Bonnaire sobre sua irmã autista, sem ego), Gesto Obsceno (prova de que o cinema floresce em Israel).



Blockbusters – Um ano fraco de filmes de ação. O meu favorito foi Exterminador do Futuro – Salvação, que ao menos era eficiente. O novo Star Trek foi inesperado fracasso no Brasil (mas era acima do razoável, embora não tenho aprovado a dupla central no lugar de Capitão Kirk e Spock, o resto da equipe era boa. Transformers era over demais.




A melhor comédia – A Proposta, que serviu de ponta de lança para o retorno do ano, Sandra Bullock, que de repente é cogitada para prêmios (até dramático por outro sucesso inesperado nos EUA, Blindside). O segundo seria Cara, eu Te Amo, com Paul Rudd, o romance e a amizade entre homens.



Melhor terror- Arraste-me para o Inferno de Sam Raimi (afinal quem sabe, sabe. Ele demonstrou que entende do ramo).








Precious (Based on the novel Push by Sapphire)

Dizem que vai se chamar Preciosa e será distribuído pela Playarte. Vai precisar de todos os prêmios na promoção, porque é um filme difícil, perturbador, que ninguém vai ver para se divertir. Mas tem duas interpretações poderosas – mais que isso – e sensacionais, que podem ser premiadas.
Em primeiro lugar, Mo’nique, como a mãe da heroína, que é um dos personagens mais asquerosos que o cinema já mostrou. E que esta apresentadora/comediante faz com toda humanidade, sem cair no exagero ou caricatura, que era sua única chance diante da notável naturalidade da moça estreante de nome difícil: Gabourey Sidibe .O problema com esta que faz justamente a protagonista chamada Precious é que nunca sabemos quanto ela está interpretando a si mesma ou há algum trabalho de atriz (quem a viu na televisão americana em entrevistas diz que Gabby como é chamada, é uma moça feliz, ajustada, que não tem problemas em ser gorda, e não é nada agressiva).
Quem dirige o filme é o negro Lee Daniels, que pode ser que você conheça por outro trabalho muito interessante que saiu aqui em DVD: Matadores de Aluguel/Shadowboxer, 2005, um policial criativo que fez com Helen Mirren (que originalmente iria fazer o papel que sobrou para Mariah Carey, que aliás se sai muito bem, embora tenha ficado parecida com a cantora Martinha!) e Cuba Gooding Jr. (procure na locadora e dê uma olhada). Foi ele quem encontrou o livro original (ou seja, não é história real, mas um livro chamado “Push”, mudaram o nome para não confundir com o filme de ação contemporâneo que também leva este nome. Daí porque está tudo bem claro no subtítulo em inglês). Com um detalhe importante, o filme conseguiu o apoio de duas celebridades blacks: Oprah Winfrey e Tyler Perry (que os apresenta).

Mas nada te prepara para o impacto do filme, que foi revelado com três prêmios no Festival de Sundance (especial do júri, outro para Gabby) e caminha forte para fazer bonito no Oscar. Conta a história de uma adolescente de 16 anos negra e obesa do Harlem, que esta grávida pela segunda vez. Quem a estuprou foi seu próprio pai (e da primeira vez nasceu um deficiente mental que ela chama afetuosamente de Mongo!) . A mesma coisa neste segundo filho: foi o pai. E a mãe, em vez de defender a filha , se vira contra ela de todas as formas. Abusada e maltratada, a moça vai mal na escola mas consegue uma chance de conseguir aulas especiais (porque é boa em matemática) com uma professora mais dedicada (a bela Paula Patton, que depois se revela lésbica) e um grupo de outras garotas desajustadas de diversas origens (que serão suas primeiras amigas).

Quem narra a história é Precious, com bastante humor e pés no chão, porque sua vida não é nada fácil. Ainda mais quando nasce a outra criança e ela luta para conservá-la. Não vou contar muito, mas a sucessão de infelicidades não para por aí (e na primeira parte, o diretor dosa um pouco colocando cenas de sonho onde ela se imagina star e famosa, inclusive uma delas onde ela se imagina como La Ciociara/duas Mulheres, com Sophia Loren, justamente a história de uma mãe que ajuda a filha estuprada. Quando deixa de fazer isso, o filme perde um pouco de ritmo e criação). No final, uma seqüência aterradora com a mãe (Mo’nique dá show), outros problemas e um final esperançoso. Mesmo porque esse tipo de história é muito mais comum do que pensa e tocar no assunto tem dado modelos e esperança para muitas jovens pobres.

Não há dúvida que é uma história que precisa ser contada e Preciosa o faz de forma convincente e humana, muito bem realizada e interpretada (o filme tem outro cantor estreando também que é Lenny Kravitz, que funciona muito bem como um enfermeiro que fica amigo da heroína). Não sei se o Oscar teria coragem de premiar um filme tão independente e fora das normas. Mas chegar perto já é bom.





Programação da virada em Carapebus



A Prefeitura de Carapebus programou diversos shows para marcar o Réveillon. As apresentações acontecem na Praia de Carapebus. Para facilitar o acesso dos moradores que não têm carro, a Secretaria Municipal de Transportes vai disponibilizar ônibus de graça com saída do Centro e dos distritos antes dos shows e retorno após as apresentações.



A festa da virada, no dia 31/12, terá uma grande queima de fogos na orla, seguida de show com o cantor Netinho de Paula (foto ao lado), ex-vocalista do Grupo Negritude Júnior, apresentador de TV e atualmente vereador da cidade de São Paulo. No dia 1º de janeiro de 2010, às 23h, o palco será do Só Pra Contrariar; dia 2, Show Flash Back, que reunirá Silvio Blau Blau, Dr. Silvana e Legião Urbana Cover, relembrando o melhor do rock nacional dos anos 80.

Ancine planeja abrir 600 novas salas em 4 anos




Por Vladimir Platonow, da Agência Brasil







A Agência Nacional do Cinema (Ancine) planeja abrir 600 salas de cinema, principalmente nas cidades médias do interior e na periferia das regiões metropolitanas. O programa “Cinema Perto de Você” será executado em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério da Cultura, com início previsto para janeiro e duração de quatro anos, segundo o presidente da Ancine, Manoel Rangel.

No dia 15 de dezembro, Rangel participou do lançamento da segunda edição do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que vai disponibilizar R$ 81,5 milhões para apoiar o cinema nacional, incluindo produção de longas-metragens, programas para televisão, distribuição e comercializaçã o. O valor é mais do que o dobro do investido em 2008, que foi de R$ 37 milhões.


Ele explicou que o objetivo do programa “Cinema Perto de Você” é aumentar o público que vai ao cinema e dotar os bairros afastados e municípios do interior com salas de exibição. Atualmente, segundo ele, existem pelo menos 80 cidades com mais de 100 mil habitantes sem uma sala de cinema. O programa será viabilizado por meio de empréstimos em condições especiais do BNDES.


“O desafio está em toda a parte. Na periferia do Rio de Janeiro, em áreas das zonas norte e oeste, na Baixada Fluminense, no interior do estado, nas periferias de São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre”, disse Rangel. Uma das inovações que vão permitir o aumento do número de cinemas é a substituição dos rolos de filmes, que dependiam de uma complexa logística de distribuição, pelos projetores digitais.


Segundo dados da Ancine, o Brasil está na 60ª posição mundial no número de salas de cinema por habitante, tendo piorado nos últimos anos. Na década de 70, eram 3.276 salas: uma para cada 30 mil pessoas. Atualmente, existem 2.278 salas no país: uma para cada 83 mil habitantes. E para agravar a situação, elas estão concentradas em 815 complexos, principalmente em shoppings.


Para o presidente da Ancine, o investimento em novos cinemas é uma necessidade e um reflexo do bom momento vivido pelo setor. Só este ano, de janeiro a novembro, os filmes brasileiros atraíram 15,7 milhões de espectadores, cerca de 15,5% do total de 93,3 milhões de pessoas que compraram ingresso, a maioria para ver produções estrangeiras, 77,9 milhões.



Os editais da segunda edição do FSA estarão disponíveis no site da Ancine (www.ancine.gov. br) e no da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o agente financiador do fundo (www.finep.gov. br), a partir de quinta-feira (17).

Produção de cinema ameaçada




Por Orlando Senna







Nos últimos dez anos, a televisão comercial da Espanha vem destinando, por lei, 5% de sua renda para a produção cinematográfica. Esse recurso (mais de 1 bilhão de euros em dez anos, perto de R$ 3 bilhões) impulsionou a produção espanhola e respaldou a política de coproduções Espanha/América Latina. Um alto percentual da produção cinematográfica da Argentina, México, Colômbia e Chile vem de coproduções com a Espanha. Quase todos os filmes realizados nos últimos anos em Cuba, Peru, Equador, Uruguai e América Central foram possibilitados pelas coproduções com a Madre Pátria, como os hispano-americanos chamam a Espanha.



Agora o Tribunal Supremo espanhol, o STJ de lá, está questionando a constitucionalidade da lei. A manifestação do Tribunal Supremo responde a uma forte pressão da Unión de las Televisiones Comerciales Asociadas (Uteca), que agrupa as seis redes comerciais espanholas. A defesa da inconstitucionalida de da lei foi levada pelas redes comerciais ao Tribunal Europeu de Luxemburgo, que demandou ao Tribunal Supremo da Espanha.



Ainda não há uma decisão e a votação no Tribunal Supremo não foi unânime (um magistrado votou pela permanência da lei, considerando que a TV é um serviço público e financiar o cinema é “uma obrigação inerente ao serviço público”). Mas são fortes os indícios de que esses recursos deixem de existir, inclusive porque a lei espanhola não está respaldada no documento Televisión sin Frontera, que trata da política audiovisual da Comunidade Européia.



Se isso acontecer, a produção de filmes nos países latino-americanos de língua espanhola será reduzida à metade da atual, diminuindo drasticamente o impulso do cinema diversificado e multicultural que está sendo realizado no continente. Os cineastas e produtores espanhóis e hispano-americanos estão se organizando para impedir a inviabilização da lei e esperam contar com a solidariedade dos brasileiros.



Para o Brasil o impacto não será tão forte, resultará em dificuldades para coproduções com nossos vizinhos e para co-produções via Ibermedia. Mas para os outros países da América Latina será catastrófico e creio que, em um momento em que estamos comemorando a ocupação de 15% do nosso mercado com nossos filmes, devemos apoiar a luta do cinema espanhol e do cinema hispano-americano pela manutenção da lei dos 5%, em nome da diversidade cultural e da integração audiovisual latino-americana.






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Ruy Jobim Neto







terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DIA DO ATOR

Dia do Ator









Foi no Século V a.C o primeiro registro da presença de um Ator na história do teatro. Seu nome: Tespis. Ele criou o monólogo ao interpretar o deus Dionísio, na Grécia Antiga, em Atenas. Hipocritès, em grego, ou fingidor, foi à primeira expressão a definir a arte de atuar.


A precariedade e improvisação da Grécia Antiga deram lugar a uma sofisticada e influente atividade cultural nos dias de hoje: a arte de representar. A presença do Ator dá vida, brilhantismo, veracidade e sonho às artes cênicas como espelho da dimensão do humano. A ação dramática é efetivada por textos, estímulos visuais e sonoros.


A atuação individual ou coletiva com renovados recursos vocais, corporais ou emocionais mobiliza platéias do mundo inteiro ao tomarem conhecimento por intermédio do Ator dos horrores e belezas que o homem e a sociedade são capazes de construir e deixar de legado para outras gerações.


O Ator e a Atriz ao se despirem da sua própria personalidade para encarnar as mil possibilidades de interpretação que a vida nos abre faz uma longa e bela viagem ao inconsciente de multidões e indivíduos. O Ator mexe e remexe com o nosso cotidiano, nossas fraquezas, escancaram diferenças, cinismos e potencializa atos de solidariedade. Com os Atores vamos do riso franco ao pranto sentido.



O Ator no palco é a tradução do humano com toda a sua sensibilidade, apatia e grandeza. No dia 19 de agosto, quando se comemora do Dia do Ator, o SATED/RJ homenageia todos os profissionais que dignificam a arte de representar e que provocam com sua arte e amor a profissão, a chama da insatisfação e inquietude, sentimentos responsáveis para incrementar a semente da conscientização contra as injustiças e diferenças sociais.






Um viva aos Atores e Atrizes do nosso Brasil!

Cultura africana: 121 anos para constar dos currículos escolares

Cultura africana: 121 anos para constar dos currículos escolares



Há 121 anos, no dia 13 de maio de 1888, era assinada a Lei Áurea, que punha fim a escravidão negra no Brasil. Mais de um século depois os reflexos dessa página infame da história do Brasil ainda persistem. A discriminação e o preconceito continuam em vigor de forma velada, não assumida publicamente, porque as lutas sociais e políticas em defesa da igualdade racial impuseram leis que punem os que tentam de alguma forma manter a margem parcela representativa da população com decisiva contribuição a cultura nacional e o desenvolvimento do país.

A política de exclusão social das elites brasileiras procura desqualificar o racismo afirmando que se trata apenas de uma questão de poder aquisitivo, de pobreza, de diferença social. Na visão deles, quando o Brasil for uma nação justa e democrática e todos tiverem oportunidade essa polêmica se mostrará secundária. Discurso vazio. Quando a questão entra na esfera das ações práticas como as cotas educacionais a grita é grande e a imprensa e o parlamento são acionados para barrar qualquer tipo de avanço. Ninguém discorda que a educação é o mais importante fator de ascensão social, seja para negros, brancos e pobres. Mas é só avaliar bem as condições de ensino das escolas públicas, o salário dos professores para constatar que essa ascensão nunca se dará no Brasil por não existir investimento e vontade política para que isso aconteça. Os que tem acesso ao melhor ensino desde a infância não terão concorrentes, nunca.

Não é à toa que somente agora, 121 anos depois, a cultura africana e afro-brasileira constará dos currículos escolares de todo país, do ensino fundamental ao superior, tanto nas redes públicas e privadas. A implantação da Lei n? 10.639 desenvolvida pelo Ministério da Educação será um dos destaques da comemoração do 13 de Maio organizada pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial(SEPPIR).


A Lei do Ministério da Educação é um passo, como uma séries de outras em defesa da negritude brasileira, mas ainda estamos longe de viver dias de paz e tranqüilidade em nosso país. A cada 13 de maio devemos vir a público expor os avanços conquistados e não arriar a bandeira dessa luta que não é só dos negros, mas de todo o povo brasileiro.


Exposição homenageia centenário de Mestre Vitalino


“Mestre Vitalino e artistas pernambucanos” é uma mostra em homenagem ao centenário de Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), considerado símbolo da constituição das artes visuais populares brasileiras, que o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) vai inaugurar no dia 17 de dezembro, às 18h, na Galeria Mestre Vitalino do Museu de Folclore Edison Carneiro.

A mostra estende-se até o dia 21 de fevereiro de 2010 e reúne, sem pretender abranger a diversidade de expressões das culturas populares nas fronteiras geográficas e simbólicas do estado, peças de Vitalino e de outros significativos artistas pernambucanos – xilógrafos, escultores em madeira, ceramistas – presentes no acervo do Museu de Folclore Edison Carneiro do CNFCP, coletado a partir da década de 1950.



Nascido em Sítio dos Santos, povoado de Caruaru, Vitalino, filho do agricultor Marcelino Pereira dos Santos e da louceira Josefa Maria da Conceição, aos seis anos de idade, brincava com o barro, utilizando as sobras das panelas feitas pela mãe. Chamou seus primeiros trabalhos de 'loiça de brincadeira', pois começou a vendê-los nas feiras, como brinquedos para crianças. Por volta de 1935, iniciou a confecção dos grupos de bonecos, suas cenas de flagrantes da vida cotidiana, que denominou “peças de novidade”, as quais o consagrariam nos círculos de colecionadores, intelectuais e artistas. Em 1948, mudou-se com a família para o Alto do Moura, também em Caruaru, fazendo desse centro de tradição oleira celeiro de notáveis artistas populares.


Seu instrumental de trabalho era formado por alguns pauzinhos – que serviam para furar, riscar ou fazer o oco das cabeças –, faquinhas e penas, além de dois carimbos de barro cozido, um com as iniciais VPS, que usou até 1947, e outro, com o nome Vitalino, que passou a usar depois de 1949, como assinatura para suas peças, até 1963, quando faleceu.




É extraordinário como Mestre Vitalino traduz as diferentes formas de morrer nas suas versões de enterro: enterro na rede, enterro no ataúde, enterro no carro de boi; a atmosfera íntima que confere aos cuidados com o puerpério em ‘mulher de resguardo’. A figura que se agiganta dos bois, como se fossem elementos sagrados numa região de pecuária e de comércio de gado, numa seção da Feira de Caruaru. E ainda figuras como o motociclista, o fotógrafo, entre outras, do elenco de 118 temas.




Marcou toda uma geração de figureiros, tornando Caruaru um centro cerâmico muito conhecido e criando a “escola de Caruaru”, da qual fazem parte, além de seus descendentes, a mulher e os filhos de Zé Caboclo (1921-1973) e de Manuel Eudócio, seus primeiros “discípulos”, que continuam até hoje produzindo dentro do estilo do Mestre. Para homenagear a trajetória desse que marcou o momento inaugural de “descoberta” da arte popular, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular reúne, entre outras, peças de Nhô Caboclo, Manuel Galdino, Benedito José dos Santos.




Serviço
Exposição "Mestre Vitalino e artistas populares"

Inauguração: 17.12.2009, às 18h


Período: 18. 12. 2009 a 21 de fevereiro de 2010


Endereço: Galeria Mestre Vitalino do Museu de Folclore Edison Carneiro

Rua do Catete, 179

Visitação: de terça a sexta-feiras, das 10 às 18h

Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h



Realização

Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular / Iphan / Ministério da Cultura













Terceira fase do projeto Novas Cenas ocupa o Rio de Janeiro

Terceira fase do projeto Novas Cenas ocupa o Rio de Janeiro







Depois de levar vários espetáculos teatrais para o interior do Estado, o projeto Novas Cenas, da Secretária de Estado de Cultura, vai ganhar o palco do Teatro Gláucio Gill. A terceira fase o Interior ocupa o Glaucio Gil, que acontece a partir do dia 10/12, vai difundir trabalhos produzidos no interior do Estado.


Entre os municípios participantes estão: Angra dos Reis, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Queimados, São Gonçalo, São Pedro da Aldeia e Volta Redonda. Todos levarão espetáculos para o Teatro Gláucio Gill entre os meses de dezembro de 2009 e março de 2010. As apresentações serão realizadas a preços populares e estudantes de escola pública têm entrada gratuita.






Entre os objetivos dessa nova fase estão o fortalecimento dos grupos artísticos do interior do Estado, a ampliação da experiência e o enriquecimento dos currículos, a troca de conhecimentos entre artistas do interior e os capital, além da possibilidade de oferecer ao espectador carioca uma variedade de atividades culturais produzidas nas cidades participantes do projeto.






A iniciativa conta com a parceria das prefeituras dos municípios participantes e da Escola de Artes Técnicas Luis Carlos Ripper.






Novas Cenas






Em suas primeiras fases o projeto promoveu a circulação de grupos teatrais e musicais compostos por atores em formação ou recém formados pelas principais escolas e universidades de teatro e música da capital (Martins Pena, Unirio, EBA/UFRJ, CAL e Villa Lobos) por espaços do interior do Estado. O projeto contribuiu para o enriquecimento da agenda cultural nos municípios do interior do Estado e consolidou novos grupos teatrais e musicais, além de servir de estágio para novos atores, músicos e técnicos.






Programação






10, 11, 12, 13 de dezembro - Grupo de Angra dos Reis






17, 18, 19, 20 de dezembro- Grupo de São Gonçalo






07, 08, 09, 10 de janeiro - Grupo de Miguel Pereira






14, 15, 16, 17 de janeiro - Grupo de Paty do Alferes






21, 22, 23, 24 de janeiro – Grupo de Itaboraí






28, 29, 30, 31 de janeiro - Grupo de São Pedro da Aldeia






04, 05, 06, 07 de fevereiro - Grupo de Duque de Caxias






25, 26, 27, 28 de fevereiro - Grupo de Volta Redonda






04, 05, 06, 07 de março – Grupo de Queimados






11, 12, 13, 14 de março – Grupo de Itaguaí









“Carmen, o it Brasileiro” em temporada popular no Teatro João Caetano

Carmen, o it Brasileiro” em temporada popular no Teatro João Caetano





O musical “Carmen, o It brasileiro”, de Fátima Valença, com direção de Antonio De Bonis, direção musical de Alexandre Elias e estrelado por Andrea Veiga, dá início, no dia 04 de dezembro, a sua temporada popular, no Teatro João Caetano, espaço cultural da Secretaria de Estado de Cultura.

O espetáculo, uma homenagem a Carmen Miranda no ano do seu centenário, resgata a história dessa grande artista durante a década de 30, quando, ainda no Brasil, começou a construir sua imagem de “Pequena Notável”. O ponto de partida não é a imagem da artista já conhecida pelo grande público, mas sim a sua origem. Canções como “Tico Tico no Fubá”, “Chuá Chuá”, ”T’aí – P’rá você gostar de mim” e “Jura” são alguns dos sucessos que compõem a trilha sonora do espetáculo.


A atriz Andréa Veiga, acompanhada por quatro atores (Nedira Campos, Ana Carolina Machado, Luiz Avellar e Marcelo Nogueira) e seis músicos (que representarão o Bando da Lua), conta no palco a trajetória de um período pouco explorado da carreira deste ícone da cultura popular brasileira, que cresceu no Rio de Janeiro e conquistou os palcos do mundo inteiro. O musical pretende imortalizar parte fundamental da formação cultural e da história do nosso país.




Carmen Miranda



Carmen Miranda é uma referência da cultura brasileira mundo afora. E não só seu talento e sua forma irreverente e sensual de interpretar canções influenciam gerações atuais; mais de 70 anos depois, a moda que ela ditou, com seus chapéus exuberantes, balangandãs, babados, plataformas e decotes, ainda é fonte de inspiração.


Serviço


Local: Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/no – Centro)


Temporada: de 04 de dezembro a 28 de fevereiro



Informações: 2332-9257/2332-9166



Horários: Quinta, Sexta e sábado às 20h e Domingo às 19h




Ingressos: Quinta e Domingo – R$20,00/ Sexta e Sábado – R$30,00




Classificação indicativa: 12 anos



www.carmenoitbrasileiro.com.br





Secretaria de Cultura lança edital para carnaval 2010

Secretaria de Cultura lança edital para carnaval 2010



01/12/2009 - 18h05






O Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura, vai apoiar financeiramente agremiações que desfilarão no carnaval 2010. As inscrições para o Edital de Cultura 2009 – Projetos para o Carnaval 2010 estão abertas até o dia 7/12, às 18h.


São sete as categorias de entidades carnavalescas que podem se inscrever: Blocos de Enredo; Blocos de Embalo; Bandas Carnavalescas; Escolas de Samba do Interior do Estado; Escolas de Samba Mirim; Ranchos, afoxés e afins; e Escolas de Samba dos Grupos “Rio de Janeiro II, III, IV”. Cada agremiação pode se inscrever em apenas uma das categorias.



A avaliação e classificação das propostas apresentadas será realizada por uma Comissão de Seleção composta por cinco profissionais de reconhecida atuação na área de Carnaval, e um representante da SEC, que a presidirá.


As inscrições devem ser realizadas pessoalmente na sede da Secretaria de Estado de Cultura, na Rua da Ajuda, nº 5, 13º andar, no Centro. A ficha de inscrição está disponível no site www.cultura.rj.gov.br .


Mais informações podem ser obtidas via e-mail (carnaval2010@cultura.rj.gov.br) ou por telefone (21 2333.1404). Os resultados serão divulgados, no dia 21/12, no site da SEC e no Diário Oficial do Estado.





LANÇAMENTOS DO FILME 2010



O cinema nacional também prepara um ano cheio de novidades, que já será aberto por "Lula, o filho do Brasil", com estreia na sexta-feira (1), e ainda terá a sequência de "Tropa de elite" e a adaptação do livro de Bruna Surfistinha, protagonizada por Deborah Secco.






1º de janeiro


'Lula, o filho do Brasil', de Fabio Barreto (veja o trailer)
O diretor de "O quatrilho" conta a história da infância e da juventude do presidente Lula, em uma produção com orçamento de cerca de R$ 12 milhões. Glória Pires está no elenco, no papel da mãe do protagonista.



8 de janeiro
'Sherlock Holmes', de Guy Ritchie 
Robert Downey Jr. encarna o famoso detetive numa adaptação moderninha da obra de Conan Doyle. Jude Law e Rachel Adams também integram o elenco.





15 de janeiro


'Onde vivem os monstros', de Spike Jonze


O cineasta indicado ao Oscar por "Quero ser John Malkovich" faz uma ousada adaptação do clássico da literatura infantil de Maurice Sendak, que encanta gerações de crianças há cerca de quatro décadas.



22 de janeiro


'Amor sem escalas', de Jason Reitman


Estrelada por George Clooney, a comédia já inicia o ano como uma das mais esperadas, já que é líder em indicações ao Globo de Ouro, participando da disputa em seis categorias. O diretor é o mesmo de "Juno", de 2007.



'Nine', de Rob Marshall 


O musical, que concorre ao Globo de Ouro em cinco categorias, reúne um elenco de beldades, com Nicole Kidman, Penelope Cruz, Kate Hudson e Marion Cotillard, sob o comando do diretor do premiado "Chicago".




29 de janeiro


'Invictus', de Clint Eastwood


Morgan Freeman encarna o líder sul-africano Nelson Mandela nesse drama baseado em fatos reais. Matt Damon também está no elenco.





5 de fevereiro


'Um olhar do paraíso', de Peter Jackson


O cineasta da série "O senhor dos anéis" retorna às telas com uma fantasia sobre uma menina que tenta se comunicar com a família depois que é brutalmente assassinada. Com Mark Wahlberg, Rachel Weisz e Susan Sarandon.






12 de fevereiro


'O lobisomem', de Mark Romanek 


O terror de época traz Benicio Del Toro como um homem que se transforma em monstro depois que é atacado por lobos. A superprodução traz efeitos especiais prometem impressionar e, de quebra, a atuação do veterano Anthony Hopkins.




19 de fevereiro


'Um homem sério', de Joel e Ethan Coen


Vencedores do Oscar por "Onde os fracos não têm vez", os irmãos Coen retornam com essa comédia de humor negro ambientada nos anos 1960.




5 de março


'Ilha do medo', de Martin Scorsese 


Depois do premiado "Os infiltrados", Leonardo DiCaprio volta a trabalhar com o diretor veterano nesse filme policial. Mark Ruffalo e Ben Kingsley também integram o elenco.




2 de abril


'Alice no país das maravilhas', de Tim Burton


Com projeção em 3D, a superprodução faz uma adaptação pop do clássico de Lewis Carroll, misturando atores com animação. Com Johnny Depp e Anne Hathaway.






30 de abril


'Homem de Ferro 2', de Jon Favreau


Robert Downey Jr. interpreta novamente o herói Tony Stark nessa sequência da aventura, que traz como novidade Scarlet Johansson no papel da Viúva Negra.






14 de maio


'Robin Hood', de Ridley Scott


Russell Crowe volta a trabalhar em parceria com o diretor de "O gladiador" nessa refilmagem. Cate Blanchett também está no elenco.






28 de maio


'Sex and the city 2', de Michael Patrick King


A versão cinematográfica da série ganha uma continuação. A trama, com Sarah Jessica Parker e companhia, ainda é guardada em segredo.






18 de junho


'Bruna Surfistinha - O doce veneno do escorpião', de Marcus Baldini


Deborah Secco protagoniza a história da menina de classe média que virou garota de programa, transformada em livro de sucesso.






25 de junho


'Toy Story 3', de Lee Unkrich


O estúdio Pixar retorna às suas origens ao dar sequência à série que revolucionou a história da animação e dá um passo à frente ao investir na projeção 3D.




30 de junho


'Eclipse', David Slade


Na terceira parte da saga "Crepúsculo", lobisomens e vampiros devem trabalhar juntos para expulsar um grupo de vampiros maus das redondezas. Robert Pattinson e Kirsten Stewart repetem seus papéis no romance.






9 de julho


'Shrek para sempre', de Mike Mitchell


O ogro mais famoso do cinema ganha um quarto longa-metragem, em que Shrek se vê nostálgico, com saudades dos tempos em que tinha uma vida mais simples.






13 de agosto


'Tropa de elite 2', de José Padilha


O fenômeno do cinema nacional ganha continuação, com Wagner Moura de volta ao papel de Capitão Nascimento. A trama começa 15 anos depois do final do primeiro filme e mostra o crescimento do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio (Bope) e a formação das milícias na cidade.






20 de agosto


'Os mercenários', de Sylvester Stallone


Com cenas rodadas em diversas partes do Rio, o longa-metragem de ação traz Stallone como protagonista e a atriz brasileira Giselle Itié no elenco.










segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pesquisa revela que Brasil vive um apagão cultural:"

Pesquisa revela que Brasil vive um apagão cultural:"







Pesquisa revela que Brasil vive um apagão cultural:"Cinema não tem, biblioteca não tem, teatro não tem.


Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - um órgão ligado à Presidência da República, revelou uma espécie de apagão cultural no Brasil. No século XXI, ir ao cinema ou visitar algum centro cultural ainda são programas impossíveis para a grande maioria dos cidadãos. Tia e sobrinho, juntos, curtindo a semana de Natal. O desejo de levar o menino pra ver um filme ou uma peça, é só desejo mesmo.Tem cinema aqui? "Só lá longe", diz o menino.Ainda era início de setembro em Magé, interior do Rio, quando esse grupo de amigos foi ao cinema pela última vez. Um evento, que precisa ser organizado com semanas de antecedência.É preciso arranjar um carro, dividir combustível, levar dinheiro pro pedágio.A próxima sessão está a 40 quilômetros de distância."Você sai para fazer isso. Você sai para ir ao cinema e volta não tem como você", diz um morador.É uma viagem? "É você chega a fazer uma viagem", conta.Magé nem é tão pequena assim. Tem 230 mil habitantes e fica a setenta quilômetros do Rio de Janeiro, considerado um dos principais centros culturais do país.Mesmo assim, aqui não tem cinema e nem teatro. A principal diversão das pessoas aqui é essa: caminhar na praça, olhar para as pessoas, sentar no banco e assistir a vida passar.Em Moita Bonita, no Sergipe e em Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, é a mesma coisa.Os jovens sonham com o dia em que terão, ali na esquina, um teatro... Ou um cinema."Cinema eu nunca fui porque aqui na cidade não tem"."Para assistir um cinema tem que ir pra capital".A mais pura frustração cultural que se multiplica pelo país. É o que diz um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. De cada 100 municípios brasileiros, 98 não têm salas públicas de cinema, nem centros culturais. E 83 não possuem salas de espetáculos ou teatros que pertençam ao município. É o retrato da política cultural existente no país."A presença do estado é muito reduzida e precisaria avançar do ponto de vista do país se transformar em uma grande nação onde o conhecimento e a cultura se transformam no principal ativo na sociedade do conhecimento" , conta Marco Porchmann, presidente do IPEA.Pelo menos um dos indicadores é bom: só uma em cada dez cidades do Brasil não possui uma biblioteca.Mas onde elas não existem, fazem uma falta danada.Dona Rosa decidiu não esperar. Também em Magé, no Rio de Janeiro, ela atrai crianças como abelhas ao mel só com folhetos de propaganda e livros velhos recolhidos nas redondezas.Nã o é preciso muito pra ver o que acontece..." Cinema não tem, biblioteca não tem, teatro não tem. E aí esse lugarzinho que a senhora criou acaba sendo o que pra elas? É tudo pra elas. Eu acho que é tudo. Porque aqui eles encontram algo pra fazer. Aqui ocupa a mente com coisas boa e na rua o que aprende?", conta a aposentada Rosa Carneiro.