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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

VALE UMA BOA REFLEXÃO.

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.
Soube dia desses que as
crianças, nas creches e escolas, não cantam mais “O cravo brigou com a rosa”.

A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a
briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a
violência entre os casais.

Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o
cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da
Penha.

Será que esses doidos sabem que “O cravo brigou com a rosa” faz parte
de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas
recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos!!!!!!

Outra música infantil que mudou de letra foi “Samba Lelê”.

Na versão da minha infância o negócio era o seguinte:
Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/
É de umas boas palmadas.

A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê.

A tia do maternal agora ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ Com uma
febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.”

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar
nunca.

Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo.

Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: “Samba Lelê, de Heitor
Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz”.

Comunico também que não se pode mais “atirar o pau no gato”, já que a
música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos.

Quem “entra na roda dança”, nos dias atuais, não pode mais ter “sete
namorados para se casar com um”. Sete namorados é coisa de menina
fácil.

Ninguém mais é “pobre ou rico de marré-de-si”, para não despertar na
garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e
não procurei a referência no meu babalorixá virtual, “Pai Google da
Aruanda”]

foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de
viado.

Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de
viado.

Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse,
em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando
na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias
ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém
mais pode usar a expressão coisa de viado ?
Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma
tremenda babaquice.

O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade,
da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem
duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou
leão de chácara de baile infantil – de “deficiente vertical” .

O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) -
só pode ser chamado de
“afrodescendente”.

O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um “cidadão
caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente”.

A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto
batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do
mapa do inferno - é apenas a “dona de um padrão divergente dos
preceitos estéticos da contemporaneidade”.

O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio,
Orca, baleia assassina e bujão - é o “cidadão que está fora do peso
ideal”.

O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa
e Olívia Palito.

O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o
Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor
Antônio Francisco Lisboa tinha “necessidades especiais”...
Não dá.

O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição
fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e
2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol.

Ao invés de mandar o juiz pra............ e o centroavante pereba
tomar ..............., cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona
Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos
homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais.

O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova,
aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro
funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para
sorrir na beira da sepultura.

A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde.
Defuntos? Não. Seremos os “inquilinos do condomínio Cidade do pé
junto”eugenio sto.




--
"Um homem precisa viajar por sua conta, não por meio de histórias,
imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés,
para entender o que é seu, para um dia plantar as suas árvores e
dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor e o oposto.
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um
homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa
arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não
simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do
que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
Amyr klink

A Brava

Ler é entrar num mundo de sonhos e descobertas

Ler é entrar num mundo de sonhos e descobertas
Nanda Rovere


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Relatar os 10 livros que marcaram a minha vida não é muito difícil. Gosto de enumerar as coisas que admiro: as dez peças de teatro mais interessantes, os dez melhores atores e cantores brasileiros, os autores que mais me encantam, os livros que eu jamais esquecerei...

Na infância, o livrinho que me fez amar literatura foi Os Saltimbancos (encarte do disco de mesmo nome de Chico Buarque e Sérgio Bardotti). Acredito que esse livrinho esteja esgotado; se estiver, deixo aqui um apelo para que ele seja lançado novamente.

Depois, ganhei de presente da minha mãe Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Não perdia um episódio do Sítio e fiquei apaixonada pelo livro, pois o li e reli diversas vezes... Nunca mais o vi na minha estante... Houve uma época que eu costumava doar livros para a biblioteca, mas confesso que hoje me arrependo um pouco. Alguns livros são eternos e nos desfazermos dos mesmos é perder um pouco da nossas lembranças!

Há cerca de dois anos atrás, eu estava cursando Licenciatura em História e li Bisa Bia Bisa Bel, da Ana Maria Machado. É um livro que deve ser lido por crianças e adultos. De uma maneira encantadora, a autora trata da memória e de como valorizar as nossas raízes (a nossa História) e nos possibilita entendermos quem somos. Eu o indico especialmente para professores, pois é uma maneira interessante de mostrar às crianças (e porquê não adolescentes e adultos?) a importância da valorização do nosso passado. Identifiquei-me muito com o livro, pois tenho grande carinho pela minha família e procuro preservar e guardar com carinho todas as minhas lembranças (materiais ou sentimentais). Meu bisavô (pai do meu avô materno), por exemplo, era imigrante italiano e foi a primeira pessoa que levou para Valinhos/SP uma muda de pé de figo. Meu outro bisavô era ator e diretor de teatro amador em Rio Claro, e eu guardo os textos, fotos e os programas dos seus espetáculos, para mim uma relíquia!

Para terminar a minha lista de livros infantis, cito O Chapeuzinho Amarelo, que Chico Buarque escreveu em homenagem a uma de suas filhas. Conta a história de uma menina com medo de tudo, com medo de ter medo, medo do lobo. Quando li me emocionei, pois todos temos as nossas inseguranças, mas só podemos superá-las quando enfrentamos os obstáculos com muita fé e perseverança. A capa foi assinada por Ziraldo, que aliás é um artista que admiro muito. Eu o li numa livraria (dessas que deixam os seus clientes folhearem livros e revistas) e só não o comprei porque naquele momento eu não tinha condições financeiras para isso. Chapeuzinho Amarelo e O Menino Maluquinho, de Ziraldo, li há poucos anos atrás, e eles me fizeram voltar aos meus tempos de criança!

Todos que costumam ler as minhas colunas sabem que o teatro é minha grande paixão. Ler textos teatrais é um hábito que adquiri quando fiz teatro amador em Campinas. Já perdi a conta das peças que li, mas algumas marcaram a minha vida. Em 1987 encenei o espetáculo A Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Souza. Um texto emocionante, que trata de relações escolares, da amizade, da hierarquia de poder entre alunos e professores na escola, do preconceito existente para com o próximo... Naum conta o dia-a dia de personagens como "a gorda", o "puxa-saco", o "adiantado", etc; os quais fazem parte do universo de qualquer escola. Esta obra é uma crítica ao ensino arcaico/tradicionalista, mas também uma linda homenagem à infância, a uma época que, com certeza, fica guardada na nossa memória... Nunca me esqueci da professora de Português, Renata. Com ela eu aprendi o quanto ler é prazeroso!

O texto teatral A Vida é Sonho, de Calderòn de La Barca, é uma obra pela qual tenho muito carinho. Assisti ao espetáculo que Regina Duarte encenou em 1991, e corri até a livraria para comprar o livro (na época a Editora Scritta, Rio de Janeiro, editou a obra com tradução de Renata Pallotini). Calderòn é um dos maiores representantes do teatro barroco espanhol - escrito no século XVII - e retrata com maestria os tênues limites entre sonho e a realidade. É uma pena que são publicados no Brasil poucos textos teatrais! As peças teatrais de Chico Buarque, Nelson Rodrigues, de Juca de Oliveira, Arthur Azevedo, entre outras raras peças publicadas, demonstram a qualidade de nossos dramaturgos.

Outra obra que tive curiosidade de ler, após assistir a uma adaptação no teatro (Você Vai Ver o que Você Vai Ver, com direção de Gabriel Villela), foi Exercícios de Estilo, de Raymund Queneau. De uma maneira divertida, o autor trabalha com as múltiplas versões que um mesmo fato pode ter, dependendo de quem o conta e/ou da maneira como ele é contado. Tive a oportunidade de adquirir o livro muitos anos depois da montagem ter saído de cartaz e atualmente não sei se está disponível ou não nas livrarias. É uma pena que muitas obras de grande valor se esgotam e não são reeditadas, ou pelo menos ficam muitos anos à espera de um novo lançamento.

Meu livro de cabeceira é Fragmentos de um Discurso Amoroso, de Roland Barthes. De vez em quando, faço uma leitura de trechos dessa obra. Barthes faz uma análise primorosa sobre o amor, inspirado em escritores como Goethe, Proust, Freud, Nietzsche, Baudelaire, etc.

Uma obra que eu gostaria de ter na "minha biblioteca" é Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister , 1824-1829, de Goethe. Li esse livro na faculdade e fiquei encantada. Nele, Goethe narra as desilusões do jovem Wilhelm, o qual deseja iniciar a carreira de autor dramático. Quem gosta de teatro e literatura certamente se apaixona pelo livro. Ele está esgotado e precisa ser reeditado o mais rápido possível! Escolher a décima obra foi tarefa dificílima. Ultrapassarei a lista dos dez livros, mas será "por uma boa causa". Ler nunca é demais, e quem se apaixona por essa atividade certamente reunirá em sua vida uma lista interminável de bons livros e autores.

Ao invés de citar mais um livro, vou citar meu escritor preferido: Gabriel Garcia Marquez. Gabo (como é chamado pelos amigos) consegue unir simplicidade no modo de escrever e profundidade nos temas abordados. Gostaria de ler todas as suas obras, mas, até o momento, indico Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera. Acabei de ler Notícias de Um Seqüestro. Neste livro, Gabriel Garcia Márquez conta, de uma maneira instigante, a história de diversos seqüestros de jornalistas que ocorreram na Colômbia no final dos anos 80. Conhecemos um pouquinho da conturbada política colombiana e um dos maiores nomes do narcotráfico: Pablo Escobar. Quando começo a ler alguma obra não consigo parar. Esqueço de tudo à minha volta até terminar. Sou uma devoradora de livros; geralmente os leio em um ou dois dias, dependendo do número de páginas.

Confesso que gostaria de ler com mais freqüência. O maior problema é a letra das publicações. Tenho onze graus de miopia e geralmente as letras dos livros são muito pequenas. Deveria existir uma lei que obrigasse as editoras a publicarem uma porcentagem de cada obra literária com letra ampliada e outra porcentagem em braile! Já deixei de ler muitos livros por causa desse problema. O novo livro do Gabriel Garcia Márquez, Viver para Contar, por exemplo, eu provavelmente não poderei conferir; pois a letra é tão pequena!

Não poderia deixar de indicar os livros de Chico Buarque, que é um artista pelo qual eu tenho grande admiração. O "Chico músico" me encanta mais do que o "escritor/romancista", mas além do Chapeuzinho Amarelo, que eu já citei - Estorvo, Benjamin e Budapeste são livros que merecem respeito e devem ser lidos. Gostei dos três livros, mas não posso dizer que eles marcaram a minha vida.

As Mil e Uma Noites também me encantou. Na verdade, ele seria o décimo primeiro livro da minha lista... Não cheguei a ler os oito livros da coleção (parei no sexto), mas pretendo não só conferir os contos que faltam, mas reler os anteriores. Assim como Sheerazade conta histórias para não morrer, considero a leitura o motor da vida. Proporciona aos seres humanos a oportunidade de aprimorar o conhecimento e não deixa morrer em nós a capacidade de sonhar.

Circuito Cenas Curtas

DONA CENA CIA. DE INVESTIGAÇÃO TEATRAL APRESENTA
                   Circuito Cenas Curtas
                                                                                               Dias 27/11, 04-11-18/12
 


Programação deste sábado, dia 27/11/2010 - 19h - Centro Cultural Carioca
Rua do Teatro, 37 - Centro (Logo ao lado do Teatro João Caetano) - RJ
(21) 2252-6468 - (21)2242-9642
Compre com antecedência, a bilheteria abre às 12h

R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 meia





ATRAÇÃO ESPECIAL: Em comemoração aos 15 anos de trabalho do GRUPO OS CICLOMÁTICOS
em "Minha alma é nada depois dessa história".

CENAS DA MOSTRA:
    • Tango de Alejandro - Univercitários com C
    • Dia Sagrado - Manu Prazeres, Cadu Mader e Rodrigo Vahia
    • Fando em Lis - Grupo Teatral Arte em Si
    • A Familia Farrapo - Os Treteiros  
    • Mãe Toshira - Khika Dantas

ATRAÇÃO ESPECIAL: STAND UP com Pedro Logän


Divulgação das 2 Cenas escolhidas pelo público a retornar no dia 18/12.

PRÊMIO LITERÁRIO

PRÊMIO LITERÁRIO

O Bloco Os Foliões está com inscrições abertas para o III Prêmio Walmir Moraes Corrêa de Literatura, voltado para crianças e adolescentes. As inscrições encerram-se no dia 15 de dezembro, às 23h, podendo ser feitas diretamente na sede da entidade, pela internet ou pelos correios.
Destinados a obras escritas nos gêneros conto e poesia, o certame atribuirá prêmios em dinheiro, livros e medalhas para os vencedores.
O tema dos contos e das poesias é livre. Cada obra poderá ter, no máximo, seis laudas, podendo ser escritas, digitadas ou datilografadas (esse último refere-se ao fator de termos recebido trabalhos datilografados, nos certames passados).

Inscrições diretas na sede da entidade ou pelos correios devem ser enviadas em cinco vias, além de folha com os dados do autor (nome completo, endereço, telefones e/ou e-mail para contatos). Os trabalhos enviados pela internet podem ser apresentados em uma via, mas precisam conter os dados do autor. Ad obras não podem ser assinadas nem identificadas.  
Os vencedores serão conhecidos nas categorias infantil, infanto e juvenil. O resultado final será conhecido até o dia 20 de dezembro e a entrega dos prêmios dar-se-á na primeira quinzena de janeiro.
MESTRE
O prêmio é uma homenagem ao Professor e mestre da cultura popular Walmir Moraes Corrêa, cuja vida foi dedicada á educação de crianças,  jovens e adultos através da Mecânica e da cultura popular. Presidente-fundador de Os Foliões e o mais premiado e conhecido dirigente carnavalesco do Maranhão, Mestre Walmir faleceu esse ano, no dia 27 de junho.

Maiores informações pelos fones 8868-0627 e 3222-8596, ou pelo e-mail osfolioes@bol.com.br

William Moraes Corrêa.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

GRUPO FAZ DE CONTA VAI AS ESCOLAS NO PROJETO AÇÃO CULTURAL- SESC CAMPOS


Grupo Faz de Conta Encerra no mês de Novembro sua participação no projeto Ação Cultural nas escolas .

Onde o grupo interage com as crianças o encatamento da contação de histórias. Com os espetáculos  No tempo do era uma vez , Contos do povo daqui ( seu mais novo trabalho).

No elenco ; Iara Lima , Lala Ferreira , Leila Cabral e  Neide Brasil .


Direção, pesquisa , seleção musical. Iara Lima

Maquiagem - Luciano Muniz
Figurino -Iara Lima e Luciano Muniz .

Espetáculo com Ana Beatriz Nogueira no Sesc de Campos-imperdivel

Inspirado no livro homônimo da jornalista e escritora gaúcha Martha Medeiros, o monólogo “Tudo que eu queria te dizer” tem apresentação única no Sesc Campos, no dia 1º de dezembro, às 20h.  Dirigido por Victor Garcia Peralta, o espetáculo mostra algumas das diversas cartas fictícias que compõe o livro, cujas remetentes, interpretadas pela atriz Ana Beatriz Nogueira, têm apenas a vontade de expor seus sentimentos, em situações distintas, que divertem e emocionam o público.

Na abertura, Ana Beatriz Nogueira apresenta uma breve introdução sobre a peça, como se fosse o prefácio de um livro. Após ler uma carta que recebeu de Martha Medeiros, na ocasião da estréia, a atriz se transforma em alguns dos personagens do livro: uma senhora que escreve uma carta para o marido morto, uma amante que escreve para a mulher traída, uma mulher que escreve para o psicólogo confessando ser racista e elitista, e assim por diante. “O público topa logo a brincadeira”, ressalta Ana Beatriz que se encantou com o texto desde a primeira leitura a convite da produção do espetáculo.

Em cena, apenas uma cadeira e uma mesa, com um copo, uma garrafa de água e lenços de papel, que dão suporte à atriz entre um personagem e outro. As cartas narram situações e perfis de pessoas comuns e o público, independente da idade, reconhece estes tipos. Ou mesmo, se reconhece. “Neste trabalho eu tenho a oportunidade de dar voz e corpo a estes personagens. Interpretar cartas é terreno novo para mim. Novo e adorável. Tem sido um grande e prazeroso exercício, que chamo de stand up book (livro em pé)”, afirma a atriz.

Sobre Ana Beatriz Nogueira -
Atriz e diretora, Ana Beatriz Nogueira completa esse ano 25 anos de carreira e reúne em seu currículo importantes trabalhos e grandes conquistas. Na televisão, participou das novelas “Anjo Mau”, “Celebridade”, “Ciranda de Pedra” e “Caminho das Índias”. No cinema, com o longa “Vera”, foi premiada como melhor atriz nos festivais de Berlim, Nantes, Locarno e Brasília. Ainda no cinema, Ana Beatriz destacou-se nos filmes: “Villa-Lobos - Uma vida de Paixão” (2000), “O Vestido” (2004), entre outros. No teatro, recebeu execelentes críticas com os espetáculos, “As Três irmãs”, “A Memória da Água”, “Leitor por Horas” e “Fala baixo senão eu grito”.

Serviço:
Espetáculo “Tudo que eu queria te dizer”
Dia: 1º de dezembro
Horário: 20 horas
Local: Teatro do Sesc Campos (Rua Alberto Torres, 397 – tel. (22) 2725-1210)
Capacidade: 90 pessoas
Ingressos: R$ 3 (comerciários), R$ 6 (jovens com até 21 anos, estudantes e maiores de 60 anos) e R$ 12 (inteira)
Classificação 14 anos

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sesc

"Complicar para chegar ao simples" - Fernando Eiras

Complicar para chegar ao simples.







 


Dizer que essa frase seria uma espécie de lema para Fernando Eiras seria apenas mais uma das falsas simplificações que a imprensa costuma recorrer. Diríamos então que essa síntese seja uma constante na carreira do ator, de 53 anos. Do primeiro encantamento com o teatro, ocorrido num terreiro de candomblé até ao prêmio Shell de melhor ator, pela peça “In on It”, recebido na tempestuosa noite que assolou o Rio de Janeiro no dia 6 de abril. Caminhos tortuosos e saídas luminosas, para Hamlet, Fausto, Nietzsche ou mesmo para essas singelas perguntas.  
Foto: Bruno Tetto / clix.fot.br

Jornal de Teatro: Qual foi seu primeiro contato com o teatro? O que daquele primeiro encantamento você ainda conserva?
Fernando Eiras: Eu cresci ao lado de meu pai, que era músico, compositor, produtor, e Babalorixá. Ele era um homem de terno e gravata que trabalhava no centro da cidade todos os dias em rádio como radialista, em televisão, como produtor e apresentador. Até os anos 70 todas as segundas e sextas feiras ele recebia entidades de luz, ou seja, preto velho um caboclo, um exu lindo chamado Zé pelintra, uma entidade criança.Meu pai evocava a presença dessas entidades e ele permitia que elas incorporassem, o mais espantoso era que eu não o reconhecia. Ele se transfigurava através de sua fé. Esse foi o meu primeiro contato com o teatro.
JT: Como cantor você estreou no Maracanãzinho, aos dez anos, quando se apresentou no festival da canção. Depois resolveu “complicar e ser ator”. Por que?
FE: Muito por causa dele primeiro eu queria ser músico, depois entendi que precisava
encontrar o outro, as pessoas, então resolvi fazer esse movimento até o outro, através
do teatro. Porque ( como dizia Maria Clara ); ...o teatro é  lugar de gente. Eu precisava de tempo, de fazer uma trança com o tempo na intenção do ator. Eu precisava sair de mim. Você precisa, as vezes , complicar pra chegar no simples.
JT: Com 14 anos, você foi apresentado ao Ziembinski por seu pai. Como foi esse encontro? 
FE: Então meu Pai, através de seu prestígio, e fé em mim, conseguiu um encontro pra mim com o velho Zimba. Foi muito produtivo claro, eu estava diante da maior entidade do teatro que eu conhecia, e meu coração na boca, na mão. Um menino e sua vontade diante de um artista-homem sábio. Então ele percebeu em mim que minha necessidade era real e era semente. Me pegou pelas minhas mãos frias e suadas e me levou ao tablado.
JT: Foi ele quem te aconselhou a entrar no Tablado? Aquele foi seu principal período de formação? Entre pingüins, clown-mendigos e camaleões alface, quais lembranças você carrega daquele tempo?
FE: O tablado foi o lugar do início, do primeiro tombo, a primeira vez, o primeiro grupo, as primeiras peças, um menino num corpo gigante, o espírito do clown se revelando e simultaneamente revelando a criatura do ator. Fui apaixonado pela cor dos olhos vivos de Maria Clara Machado, minha professora.
JT: Sua estreia no teatro profissional acontece com "O Santo Inquérito", de Dias Gomes, em 1976. Um ano depois, já demitia Paulo Autran em cena, em “A morte do caixeiro viajante”.  Tem como descrever qual efeito isso tem para um ator de 20 anos?
FE: “O Santo Inquérito” pra mim foi o encontro mágico com a feiticeira Isabel Ribeiro, a maior  atriz que conheci e que amei profundamente, Isabel era uma rainha, onde quer que ela passasse deixava um rastro de luz, ela levava uma platéia inteira com ela. Isabel me ensinou o lugar do humano-divino no palco e como trabalhar com isso. Paulo Autran me deu o traço apolíneo, trabalhava com muita precisão e uma técnica muito sua e que foi aprimorada com o tempo. Foi um amigo inestimável, meu companheiro de trabalho durante aqueles dois anos em que emendamos “O caixeiro...” com  “Pai Herói”, novela de Janete Clair onde fomos pai e filho.
JT: Em 95 você vira Mário Reis no cinema, no filme “O Mandarim”, de Júlio Bressane, que juntava Caetano Veloso e Costinha. Como foi que você chegou até ao filme ou o filme chegou até você? O filme te deu o prêmio de melhor ator no festival de Brasília. Dez anos depois você venceu de novo com “Os Incuráveis”. O que suas experiências no cinema mudaram no seu jeito de interpretar?
FE: Foi Hélio Eichbauer (cenógrafo de teatro) quem me apresentou Júlio Bressane. Hélio e eu fazíamos um trabalho juntos sobre a música de Custódio Mesquita quando Júlio precisava de um ator para o  "O Mandarim ". Julio assistiu a peça e me viu fazendo Mário na peça e me chamou. Trabalhei com Julio durante dez anos, fizemos 3  grandes filmes juntos e ele me ensinou muita coisa valiosa sobre o cinema que ele faz e sobre o cinema que existe. Um cinema cheio de beleza poesia, um cinema preenchido de gestos trágicos um cinema de imagens que toca em você através dos sentidos dionisíacos. Durante esses dez anos  entre o primeiro prêmio e o segundo eu amadureci 100 anos.“Os Incuráveis” que eu considero meu melhor trabalho em cinema só foi possível por que eu havia passado pelo Julio e também por que pude contar com Gustavo Acioly (diretor de “Os Incuráveis”) Dira Paes e Lula Carvalho (fotógrafo do filme) além de uma equipe linda.
JT: Em 99, você faz “As Três Irmãs”, seu primeiro trabalho dirigido por Enrique Dias. Como foi esse encontro com ele? Além de Tchekhov, você já atuou em peças de Shakespeare, Moliére, interpretou o Fausto, numa adaptação de Goethe. Como é fazer personagens que são interpretados há décadas (ou mesmo há séculos) no mundo inteiro? 
FE: Nosso primeiro encontro foi regido por Anton tchekhov , o que acontece é que tanto Kike quanto eu temos amor por Tchekhov , não só pelo criador como também pela criatura. Está tudo no texto, ele nos dá tudo, o que você tem que fazer é preencher, chegar no lugar que ele propõem. É como se você tivesse fazendo alta costura. Portanto quando você faz uma parceria com alguem num texto do Tchekhov você fica irmanado com esse alguém. Porque a experiência é vertical, você pega no martelo e vai esculpindo a pedra  até que de dentro da pedra venha surgindo a imagem.
Com o Shakespeare foi diferente, foi mais autoral, nos conversamos com o texto o tempo todo, usando e contando nossas vivências e experiências misturadas com as dele.
Levamos o Tchekhov pra dentro do Hamlet onde eu contava uma história que havia
acontecido comigo nas “Três irmãs.” No Molière eu usei e brinquei muito com os recursos que o mago Ivan de Albuquerque me dava, seu poder de envolvimento que leva um ator a lugares surpreendentes, e é claro havia ali conosco Rubens Correia que é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Não me lembro de ter visto ou ouvido falar de um ator com a capacidade de comover e envolver uma platéia como Rubens fazia, era extraordinário. No Goethe fomos muito ajudados pela brilhante tradução de Geraldo Carneiro e também porque tivemos tempo para tirar o verniz da nossa reverência e partir para cima do texto, ou seja, nos apropriarmos daqueles signos. Tive também a sorte de contar com o carinho e o companheirismo de Gabriel Braga Nunes e de Moacir Chaves.
JT: Ainda sobre personagens consagrados, chegamos ao símbolo maior deles. Fala um pouco sobre o “Ensaio. Hamlet”, o processo de criação e as saídas que vocês encontraram para recriar a peça mais citada do mundo. 
FE: Fernando Sabino diz muito bem uma coisa sobre o escritor. “Quando o leitor olha para o poeta, ele vê no poeta o que o poeta esta vendo.” É uma espécie de triangulação, onde o artista sai do foco para dar lugar as idéias e então o artista-ator-poeta experimenta uma liberdade reveladora de si enquanto o leitor-platéia está em contacto direto com a obra-personagem, sem a interferência da possível vaidade do ator-poeta. Sem vernis Sem ego. Esse é um exercício muito rigoroso,mas fundamental para que alguma coisa aconteça entre a platéia e o ator. Tentamos trabalhar assim com o Hamlet no nosso ensaio. Na intenção de aproximar o Príncipe de nós.
JT: “Pixinguinha”, “A Noviça Rebelde”, “Ópera do Malandro”, você já atuou em vários musicais. É um tipo de interpretação diferente? O que mais te atrai no gênero? E qual sua maior dificuldade?
FE: A melhor coisa de um musical é que de repente você pode sair cantando no meio da cena, e isso é muito lúdico, muito divertido. É claro que o ator tem que saber cantar e ter a  música dentro de si. A minha maior dificuldade é equalizar a cena com a atmosfera da canção e não perder a qualidade da cena, e a relação com o outro que é fundamental.
JT: Como foi essa história de interpretar uma peça no avião?
FE: Ivan de Albuquerque e Rubens Correia inventaram um personagem dentro de um avião em trânsito real e me deram essa aventura para ser realizada nuns voos que partiam do Rio de Janeiro com destino a várias capitais do país, nos anos oitenta. Não sei como fiz aquilo, primeiro porque avião, decididamente não é um lugar para se fazer teatro e depois eu tenho medo mesmo. Só que eu vivo disso, o dinheiro era muito bom e eu topei!




É PRECISO AMAR MUITO O TEATRO PRA NÃO DESISTIR

Felipe Sil / JT
O nome de Barbara Heliodora já é suficiente para fazer tremer artistas e diretores de teatro em todo o Brasil. Reconhecida pela total sinceridade com que dá suas opiniões sobre as peças que assiste (o que pode ocasionar resenhas altamente negativas e ácidas), seus ensaios e opiniões são esperados com ansiedade por quem faz os espetáculos. Quase unanimidade, jura que não se considera uma crítica a nível internacional e conversa com o Jornal de Teatro como se fosse apenas uma especialista no teatro local do Rio de Janeiro. O meio artístico, porém, sabe da verdadeira importância desta crítica de 86 anos, do Jornal O Globo, que quase foi atriz e já dirigiu peças memoráveis no cenário nacional, além de ser considerada uma das maiores experts de Shakespeare no Brasil.

Jornal de Teatro: O crítico de teatro ainda tem importância em um cenário que muitas obras parecem ser analisadas pelo valor do nome de algumas celebridades que estão em atuação?Barbara Heliodora: O crítico sempre terá importância para aqueles que gostam de teatro e não de alguma coisa para encher o tempo com nomes de TV.
JT: Certa vez a senhora afirmou que todos são críticos. O que diferencia a senhora dos outros?BH: Nessa mesma ocasião disse que todos são críticos porque discutem o que viram na saída do teatro. Nessa mesma ocasião eu disse que a diferença está no fato de o crítico ser um espectador mais informado (a respeito de teatro).
JT: Qual a função do crítico no cenário atual do teatro brasileiro?BH: A mesma de sempre: colaborar na avaliação do que é oferecido, e estimular o público a apoiar o que é bom.
JT: O crítico tem perdido espaço na grande mídia?BH: A não ser pelas circunstâncias excepcionais do Suplemento Dominical do JB, quando podia enveredar quase que pela crítica ensaiística, escrevendo 6 ou 8 laudas, o espaço da coluna tem sido mais ou menos o mesmo desde que comecei.
JT: O crítico tem todo esse poder que lhe é atribuído geralmente sobre os leitores de jornal?BH: Eu não creio que seja nada como o mito que alguns criam; mas sem dúvida há uma parte do público que prefere ser de algum modo orientada na sua freqüência aos teatros.
JT: Talvez o teatro ainda seja o que mais preserva a relação entre criador e crítico, não?BH: É possível, porém em todas as artes a crítica pode ou deve ser considerada como o componente final do processo criativo.
JT: O crítico Paschoal Carlos Magno defendia o incentivo a certos jovens atores. A senhora sempre costumava e acredito que continua contra isso. Por quê?BH: O Paschoal achava que era certo estimular tudo; eu sempre acreditei que dizer que um espetáculo ruim é bom só estimula quem o faz a continuar no mesmo caminho. Creio que seja obrigação do crítico alertar o jovem quando ele está indo para o caminho errado.
JT: De certa forma, a senhora é tida como a maior das críticas brasileiras de teatro e é quase uma unanimidade no ramo. Isso é bom?BH: É impossível falar em crítica “brasileira” quando eu só cubro o teatro do Rio; é possível que haja quem se mantenha informado sobre o teatro carioca por meio da coluna, mas isso é uma coisa diferente.
JT: Quer dizer, como se sente sabendo que a sua opinião é levada em conta por praticamente todo o cenário teatral?BH: Se algum comentário meu sobre algum espetáculo no Rio de Janeiro puder ser aproveitado por alguém criando um espetáculo em Rondônia ou em Santa Catarina, ficarei mais do que satisfeita. Só sob esse aspecto pode ser imaginada uma presença minha em pontos distantes.
JT: "Você tem que ter um amor imenso pelo Teatro, para fazer críticas sobre ele". Explique essa frase sua.BH: Porque você não pode imaginar como é cansativo ver um número imenso de espetáculos ruins, como acontece com o crítico que tenta ficar o mais possível em dia com o que está acontecendo na sua cidade. Ocupam palcos nesta cidade, o Rio, que é pobre em número deles, espetáculos totalmente despreparados, sem um mínimo de competência, embora chamem a si mesmos de profissionais. É preciso amar muito o teatro para não desistir.
JT: Por que abandonou a ideia de ser atriz tão cedo?BH: Eu nunca tive uma carreira de atriz. Fiz dois ou três espetáculos no Tablado, onde aprendi muito, com Maria Clara, a respeito do processo do ensaio. Aliás, de repente me lembrei que posso literalmente provar que não queria ser atria: Quando a CTCA (Companhia Tonia-Celi-Autran) estava fazendo um teatro de segundas-feiras, Celi me convidou para o elenco de “Conversação Sinfonieta” e eu recusei, explicando a ele que não queria ser atriz. Há anos que eu tinha esquecido disso; que bom que assim posso provar minha afirmação!..

JT: Das peças que dirigiu, quais as que mais te marcaram?BH: “Todomundo”, auto medieval, e “Comédia dos Erros”, de Shakespeare.  Gostei muito de dirigir “Do Mundo Nada se Leva”, comédia americana.
JT: Fale sobre sua relação com Shakespeare?BH: Eu costumo dizer que quem gosta de teatro não precisa explicar por que gosta de Shakespeare.  A mistura de ação, personagens e linguagem que existe na obra dele a torna fascinante. Essencialmente, boa parte do fascínio de Shakespeare vem do fato de ele, como Molière, ter vivido dentro do teatro e criado textos para atores. Sua observação do comportamento humano, seja nas relações inter-pessoais como na fantástica penetração nas estruturas sociais e políticas, permite que, mesmo no final do séc.XVI e início do XVII ela tenha sempre o que nos dizer, já que não ficou preso a modismos fortuitos, e escreveu sobre o mais profundo e permanente. Emocionar mas, principalmente, fazer pensar, é o que Shakespeare soube sempre fazer, e não saberia encontrar uma única vez em que, relando qualquer uma de suas peças, não me tenha apanhado surpreendida por não ter captado mais aquela idéia, mais aquela imagem, mais aquela força dramática no texto.
JT: Que artistas você admira atualmente?BH: Muitos, tanto os consagradíssimos da minha própria geração quanto os muitos que apareceram desde então. Não gosto de citar nomes porque sempre fica faltando alguém na lista, a quem eu não gostaria de magoar.
JT: Como está o cenário teatral brasileiro? Quais as melhores peças em cartaz?BH: O cenário está um pouco como o próprio país, com alguns momentos bons e muitos problemas. No Rio, posso lembrar “O Despertar da Primavera”. “Clarice”, “Laranja Azul”, ou a adaptação argentina do Tio Vanya. Faltarão outros.
JT: Fale sobre as atuais políticas públicas de teatro?BH: Não consigo reconhecer qualquer verdadeira política pública de teatro; e acho grave o teatro não viver mais de bilheteria.
JT: E os cursos universitários de arte cênica hoje, que já foram alvo de críticas suas?
BH: O que critiquei foi o fato de ninguém poder aproveitar gente de teatro com experiência mas sem titulação. A pura titulação sem vivência teatral não é uma idéia muito boa; e a preocupação com aplausos por estar a par do mais novo e recente leva muitas vezes com a perda do básico, ou seja, formar atores. Um ator realmente capacitado em sua profissão pode optar por qualquer tipo de repertório, seja ele experimental ou mais realista, por exemplo; mas se ele não domina a essência de seu ofício, seu potencial ficará sempre reduzido.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DIA 13 DE NOVEMBRO -IARA LIMA NA BIENAL CAVERNA DE HISTÓRIAS



IARA LIMA - ESTARA NA 6 BIENAL DO LIVRO NA CAVERNA DE HISTÓRIAS NO CALDEIRÃO DE HISTÓRIAS...

COM HISTÓRIAS DO SEU REPERTORIO AO LONGO DE 12 ANOS DE HISTÓRIAS , HISTÓRIAS INTERATIVAS, ASSOMBRAÇÃO E MUITA DIVERSSÃO .

CONTO COM SUA PRESENÇA ...

DIA 13/11/2010  ÁS 16 HORAS   ENTRADA FRANCA.... 

REVISTA DO LIVRO




Livreiros independentes vão à luta

A Associação Nacional de Livrarias tomou, definitivamente, um lado. A partir de agora, representa e age especificamente em nome dos chamados livreiros independentes, aqueles de pequeno e médio porte que representam 70% das 2.980 livrarias do País (o que não significa, necessariamente, o mesmo percentual da receita com a venda de livros no varejo). Com isso, a ANL já se sente ainda mais à vontade para propor políticas públicas mais ousadas e que, em geral, não são apoiadas pelas grandes redes, que respondem pela maior fatia do faturamento desse mercado. Leia-se, em especial, a criação da Lei do Preço, que muito incomoda os grandes do negócio do livro.
 
 
Os livreiros e as políticas do livro e leitura I

Numa carta aberta endereçada aos parlamentares, governadores e até ao presidente da República, a ANL sai na defesa de propostas caras ao governo. Defende, por exemplo, a aprovação de projetos como a PEC 150 (que amplia o orçamento da cultura) e os que criam o Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura e, naturalmente, três tidos como cruciais para a área: o Fundo Pró-Leitura, o Instituto Nacional do Livro e Leitura e o Plano Nacional do Livro e Leitura.
 
 
Os livreiros e as políticas do livro e leitura II


Em compensação, os livreiros independentes resolveram apertar o cerco e exigir do governo mais facilidades para obter empréstimos do BNDES e apoio para a revisão da política de descontos praticada atualmente com descontos privilegiados para as grandes redes de livrarias e para estender a desoneração do PIS-Cofins para os optantes do Simples. O argumento da ANL é que os governos devem reconhecer as livrarias como centros culturais que ajudam a fomentar a leitura e a formar leitores no País, com uma importante função cultural e social, como fator de desenvolvimento econômico e humano. Também reivindicam políticas para baratear o frete e crédito diferenciado aos pequenos.
 
 
Um discurso mais politizado

A postura adotada pela ANL indica um discurso mais politizado que vai direto ao ponto, ao defender a regulamentação do mercado com a finalidade de criar mecanismos para que as pequenas e médias livrarias não desapareçam.
Dado usado pelos independentes: 9 em cada 10 pontos de venda são pequenos livreiros (dois terços só possuem uma lojinha e apenas 10% delas faturam acima de R$ 2,4 milhões por ano).
 
 
Faltam 17 mil livrarias

Pelos padrões da Unesco, o Brasil precisaria aumentar mais de 500% a quantidade de livrarias para atender toda a população. Existem 2.980 em 5.565 municípios, o que dá uma para cada 64 mil habitantes (o bom é uma para cada 10 mil pessoas, média que nem SP ou RJ alcançam). E pra complicar: 3 em cada 4 delas estão no Sul e Sudeste. E 2/3 das cidades nem sabem o que é uma livraria.
 
 
Um viva especial para a BN

A Biblioteca Nacional, espécie de joia da coroa da cultura brasileira, está em festa. Dona de um dos maiores acervos do planeta e um dos mais belos cartões-postais do Rio, ela está completando 200 anos de fundação. Entre uma boa programação e outra, a BN, que é administrada pela Fundação Biblioteca Nacional, recebeu um presente pra lá de especial: R$ 31,7 milhões do BNDES e outros R$ 6 milhões do Ministério de Ciências e Tecnologia para investir em reformas e digitalização, entre outros.
Então, um viva pra lá de especial!
 
 
Livros?! Nem de graça...

Uma em cada cinco cidades paulistas não está mesmo interessada em utilizar livros escolares para apoiar o ensino em suas escolas. Mesmo que esses livros sejam de graça e tenham passado pelo crivo de alguns dos maiores especialistas em educação do País. Foi isso que descobriu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ao fechar o balanço de municípios que aderiram ao Programa Nacional do Livro Didático, um dos mais festejados do mundo. Pelas contas do FNDE, nada menos do que 143 prefeitas paulistas - ou 22% do estado - simplesmente se recusaram a receber os livros gratuitos do governo.
Em vez disso, os prefeitos preferiram contratar sistemas de ensino apostilados, ao custo de R$ 125 a 170 por aluno.
 
 
Apostilas também no pré

E as apostilas, que têm causado uma boa polêmica no ensino fundamental e médio, também têm crescido na educação infantil. Estudo recente da Unicamp indica que, em dez anos, mais que quintuplicou o número de municípios paulistas que fazem uso do material desenvolvido pelos sistemas particulares para crianças entre 4 e 5 anos. De 2008 para 2009, por exemplo, subiu de 24 para 32 as cidades apostiladas no estado.

 
 
Recursos do FUST podem virar bibliotecas


Os milionários recursos do FUST, o controvertido Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, continuam sendo disputados quase a tapa. Não são poucos os projetos apresentados no Congresso nos últimos dez anos para direcionar parte desses recursos para investimentos nas mais diferentes áreas. O deputado mineiro Antônio Roberto, por exemplo, acaba de apresentar o seu para tentar destinar 3% do montante para subvencionar a instalação de cinemas, teatros e bibliotecas em cidades que não possuam esses equipamentos.
A regulamentação da distribuição do dinheiro pertence, legalmente, ao Ministério das Comunicações. Mas o volume de recursos é tamanho que qualquer decisão só com a aprovação do andar de cima.
 
 
Um selo indígena

Foi lançado na quarta (3/11) na Casa de Cultura de Lorena (SP) o Instituto Uk'a, a Casa dos Saberes Ancestrais. E junto com ela chega o selo Uk'a Editorial, especializada na publicação de livros de autores indígenas. O primeiro deles é o livro Mundurukando, do escritor Daniel Munduruku, que pilota a iniciativa. No começo de dezembro, repeteco do lançamento em São Paulo.

 
 
Primavera de SP já começou!


Está acontecendo na Livraria Paulista, do Conjunto Nacional, em São Paulo, a versão paulista da Primavera dos Livros, a feira de pequenos editores organizada anualmente pela Liga Brasileira de Editores nas duas principais capitais brasileiras (a do Rio, nos jardins do Museu da República, foi há duas semanas). A Libre tem debatido sobre a melhor periodicidade para o evento.
Veja aqui a programação.
 
 
Doação de livros


Para ampliar a oferta de leitura, de educação e de oportunidades a detentos, a Penitenciária Industrial de Joinville (SC), que dá um bom exemplo nessa área, precisa de doação de livros. Os telefones para contato são: (47) 4009-9600 e 3463-8415.
 
 
Deu no twitter do Blog

Passeie pela biblioteca virtual Nova Escola c/ + de mil resenhas d livros d formação e literatura infantil/juvenil. http://bit.ly/dARyBP

 
 
Dos leitores do Blog

Como que alguém vai gostar de ler se não entende o que lê? Primeiro é necessário ensinar como ler e comprender e este é o meu trabalho. No livro Manual Básico de Estudo qualquer pessoa poderá aprender como estudar e assim obter prazer com a leitura. Visite o site:
www.dianetica.org.br/estudo.html.

Lucia Winther, editora.

 
 
AGENDA BOA!

Cumpro, nas próximas semanas, a seguinte agenda para debater temas ligados ao livro e à leitura:

22/11 (segunda)
Palestra para o povo do livro
Tema: PNLL: Os desafios para a implementação de Planos Estaduais e Municipais inclusivos
I Fórum Paraibano do Livro, Leitura e Bibliotecas
Local: Salão Internacional do Livro da Paraíba - João Pessoa (PB)
Horário: 9h às 12h


22/11 (segunda)
Palestra para o povo do livro
Tema: Mercado livreiro, autor e editor: perspectivas nacionais e locais
I Fórum Paraibano do Livro, Leitura e Bibliotecas
Local: Salão Internacional do Livro da Paraíba - João Pessoa (PB)
Horário: 14h às 17h
 
 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

GRUPO FAZ DE CONTA PARTICIPA DA 6 ª BIENAL DO LIVRO DE CAMPOS

O GRUPO FAZ DE CONVIDA PARA SUA APRESENTAÇÃO ... CONTOS DO POVO DAQUI

07/11/2010  ÁS 10 HORAS - ENTRADA FRANCA N ARENA CULTURAL

NO SESC CAMPOS NESTA QUARTA PRA RELEMBRAR


Banda Falange



APRESENTA:

Projeto 2010 “Os reis do YÊ, YÊ, YÊ”
(Tributo aos Beatles).

Proposta:
A Banda Falange vem ao SESC apresentar o show de tributo aos Beatles, intitulado:
 Os Reis do YÊ, YÊ, YÊ”.

Reconhecida e diferenciada em todo o estado do RJ por seu profissionalismo, competência, grande talento de seus integrantes e por interpretar de forma impecável grandes sucessos. A Banda Falange oferece ao público uma nostálgica viagem aos anos 60, onde poderão conferir na íntegra toda a sonoridade e autenticidade das gravações originais dos garotos de Liverpool.

O Show:

Com duração de 1h: 45 min; reúne os grandes sucessos do início da carreira dos Beatles incluindo músicas como: A Hard Day’s Night, Can’t Buy Me Love, Help, I Wanna Hold Your Hand, Love Me Do, entre outras.


Banda Falange




O Show:

Com duração de 1h: 45 min; reúne os grandes sucessos do início da carreira dos Beatles incluindo músicas como: A Hard Day’s Night, Can’t Buy Me Love, Help, I Wanna Hold Your Hand, Love Me Do, entre outras.

INFORMAÇÕES 
Dos Beatles aos Rolling Stones

 Falange que se apresentará dia 03 de novembro, às 20h, no teatro do SESC Campos.
Classificação 14 anos
Ingressos R$3,00 / R$6,00 / R$12,00

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sistema FIRJAN celebra o Dia Nacional da Cultura

Sistema FIRJAN celebra o Dia Nacional da Cultura
 
Dia 5 de novembro foi instituído, em 1970, como o Dia Nacional da Cultura. A escolha da data é uma homenagem ao aniversário de nascimento de Rui Barbosa, um dos mais importantes personagens da história do Brasil. Por todo o país e em nosso estado, muitos serão os eventos comemorativos. O Programa de Cultura do Sistema FIRJAN não poderia deixar de celebrar este dia e, para comemorar a data, promoverá eventos no edifício sede do Sistema FIRJAN, nos Teatros SESI Centro, Caxias, Petrópolis, Campos, Macaé e Itaperuna. Todos os espaços estarão de portas abertas, em diversos horários, com entrada franca, e classificação livre para todas as atrações.
 
Em 2007, foi o primeiro ano que o Sistema FIRJAN comemorou o Dia Nacional da Cultura, tiveram apresentações dos grupos que fazem parte do Programa de Cultura, assim como ONGs parceiras como Afro Reggae e Crescer e Viver.
 
Já em 2008 o tema foi o audiovisual, o Rio de Janeiro é pioneiro na produção audiovisual do Brasil. O primeiro cinema, a primeira sessão e o primeiro filme realizado no Brasil aconteceram aqui. Apoiado nesse histórico de inovação, o Sistema FIRJAN acredita no futuro do Cinema do Rio. As atrações foram todas voltadas para esse tema: exibição de curtas metragens palestra com nomes renomados da produção cinematográfica, além da apresentação dos talentos internos no Sistema FIRJAN que fazem parte dos grupos de dança, teatro e banda de música.
Em 2009, a proposta do tema foi a música clássica, uma importante vertente do segmento, mas pouco difundida no Brasil.
Na verdade, o Sistema FIRJAN já vem trabalhando a música clássica, com a grande homenagem que fez ao grande artista Villa-Lobos, que completou 50 anos de morte este ano de 2009, com o Projeto Villa-Lobos: um Criativo do Rio no SESI. Foi somente com Villa-Lobos que a música nacionalista no Brasil introduziu-se e consolidou-se pra valer, é a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita e o país passa, desde então, a produzir talentos em série. É dando continuidade a essa valorização à música clássica que toda a programação para este dia foi especialmente programada.
 
Assim como cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia do Brasil: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc., resultado da intensa miscigenação, o Programa de Cultura do Sistema FIRJAN realiza uma comemoração, antenada com esta manifestação, para lembrar aos industriários, trabalhadores, estudantes e a comunidade que o Dia da Cultura é uma efeméride viva, em movimento e com constante renovação, como a cultura nacional.
 
 
 
 
PROGRAMAÇÃO DO DIA DA CULTURA NO TEATRO SESI CAMPOS.
 
 
 
Atração: Homenagem ao Dia Nacional da Cultura
 
Classificação: Livre
 
Ingressos: Entrada Franca. Evento sujeito a alteração e lotação
 

Dia 05/11 às 15h


Atração: História de Dois Amores (A Peça)
 
Sinopse: Adaptação do livro infantil “História de Dois Amores” de Carlos Drummond de Andrade.
 
Local: Entrada do Teatro
 
Ficha Técnica:
Elenco: Carlos Fernando Noronha, Maycon Gual, Milena Simão, Rubens Martins, entre outros.
Iluminação e Maquiagem: Fabrício Simões
Cenário e Figurinos: Vanderley Machado
Trilha Musical: Ivan Lee
Coordenação Cênica: Fernando Rossi
 
 
Às 17h
 
Atração: Exposição de Telas Grafitadas
 
Sinopse: Apresentação de painéis grafitados produzidos por jovens do Projeto Profissionaliz-Arte (Representando a Cultura Urbana – Artes Visuais). Sob a coordenação dos Arte Educadores: Rodolfo Rotchild e Luciana Rossi.
 
 
 
Local: Entrada do Teatro
 

Às 18h
 
Atração: Apresentação do Espetáculo “Grandes Momentos do Jongo” (Dança)
 
Sinopse: Síntese dessa cultura de origem africana desenvolvida nos aceiros de canas de açúcar da região norte fluminense.
Ficha Técnica:
Cia Gente de Teatro / Núcleo de Arte e Cultura de Campos
Produção: Osvaldo Luis (Fofão) e o Grupo
Direção e Texto: Orávio de Campos Soares
Assistente: Neusinha da Hora
 
Às 18h30
 
Atração: Aldeia: a Comunidade da Esperança (Espetáculo teatral)
 
Sinopse: O espetáculo surgiu através das redações feitas pelos alunos do projeto “Que história é essa?”, que foram estimulados a pesquisar em sua comunidade as histórias antigas e atuais.
 
Ficha Técnica:
Com jovens do núcleo ORI da Comunidade da Aldeia
Direção, Sonoplastia e Roteiro: Luciano de Paula.
Assistente de Direção e Design Gráfico: Leandro Gregório.
Texto e cenário: O Grupo
Figurino: Ângela Codeço
Oficineiros e Cenotécnicos: Leandro Gregório, Luciano de Paula, Felipe de Souza,
Bruno Mendes, Márcinha, Ângela Codeço
Diretora da U.E. : Josane Oliveira Carreira
Orientadora Pedagógica: Leila Vares de Almeida Gomes
Apoio Cultural: Fundação Zumbi dos Palmares
 

Às 19h
 
Atração: Apresentação do espetáculo “CANTARES À PLANÍCIE” (Mana Chica do Caboio)
 
Sinopse: Show surgiu a partir da obra de Alberto Lamego "Planície do Solar e da Senzala"
e pesquisa do filólogo Newton Perissé Duarte, autor do Hino a Campos
Ficha Técnica: Cia Gente de Teatro
 

Às 19h30

Atração: Apresentação Núcleo de Arte Ori da Comunidade da Aldeia (Espetáculo de Dança)
 
Subtítulo: Apresentação de números de Dança de Rua
 

TEATRO CAMPOS
Endereço: Av. Deputado Bartolomeu Lysandro, 862 - Guarus
Tel: (22) 2101-9027.
E-mail: teatrosesi.campos@firjan.org.br
 
 
 
 

Classificação: Livre/ Entrada: Franca

(Agendamento Para Participação das Escolas na Programação: Tel (22) 2101 9027 - 9902 4104 – lrossi@firjan.org.br)