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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cultura africana: 121 anos para constar dos currículos escolares

Cultura africana: 121 anos para constar dos currículos escolares



Há 121 anos, no dia 13 de maio de 1888, era assinada a Lei Áurea, que punha fim a escravidão negra no Brasil. Mais de um século depois os reflexos dessa página infame da história do Brasil ainda persistem. A discriminação e o preconceito continuam em vigor de forma velada, não assumida publicamente, porque as lutas sociais e políticas em defesa da igualdade racial impuseram leis que punem os que tentam de alguma forma manter a margem parcela representativa da população com decisiva contribuição a cultura nacional e o desenvolvimento do país.

A política de exclusão social das elites brasileiras procura desqualificar o racismo afirmando que se trata apenas de uma questão de poder aquisitivo, de pobreza, de diferença social. Na visão deles, quando o Brasil for uma nação justa e democrática e todos tiverem oportunidade essa polêmica se mostrará secundária. Discurso vazio. Quando a questão entra na esfera das ações práticas como as cotas educacionais a grita é grande e a imprensa e o parlamento são acionados para barrar qualquer tipo de avanço. Ninguém discorda que a educação é o mais importante fator de ascensão social, seja para negros, brancos e pobres. Mas é só avaliar bem as condições de ensino das escolas públicas, o salário dos professores para constatar que essa ascensão nunca se dará no Brasil por não existir investimento e vontade política para que isso aconteça. Os que tem acesso ao melhor ensino desde a infância não terão concorrentes, nunca.

Não é à toa que somente agora, 121 anos depois, a cultura africana e afro-brasileira constará dos currículos escolares de todo país, do ensino fundamental ao superior, tanto nas redes públicas e privadas. A implantação da Lei n? 10.639 desenvolvida pelo Ministério da Educação será um dos destaques da comemoração do 13 de Maio organizada pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial(SEPPIR).


A Lei do Ministério da Educação é um passo, como uma séries de outras em defesa da negritude brasileira, mas ainda estamos longe de viver dias de paz e tranqüilidade em nosso país. A cada 13 de maio devemos vir a público expor os avanços conquistados e não arriar a bandeira dessa luta que não é só dos negros, mas de todo o povo brasileiro.


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