Livreiros independentes vão à luta
A Associação Nacional de Livrarias tomou, definitivamente, um lado. A partir de agora, representa e age especificamente em nome dos chamados livreiros independentes, aqueles de pequeno e médio porte que representam 70% das 2.980 livrarias do País (o que não significa, necessariamente, o mesmo percentual da receita com a venda de livros no varejo). Com isso, a ANL já se sente ainda mais à vontade para propor políticas públicas mais ousadas e que, em geral, não são apoiadas pelas grandes redes, que respondem pela maior fatia do faturamento desse mercado. Leia-se, em especial, a criação da Lei do Preço, que muito incomoda os grandes do negócio do livro.
Numa carta aberta endereçada aos parlamentares, governadores e até ao presidente da República, a ANL sai na defesa de propostas caras ao governo. Defende, por exemplo, a aprovação de projetos como a PEC 150 (que amplia o orçamento da cultura) e os que criam o Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura e, naturalmente, três tidos como cruciais para a área: o Fundo Pró-Leitura, o Instituto Nacional do Livro e Leitura e o Plano Nacional do Livro e Leitura.
Em compensação, os livreiros independentes resolveram apertar o cerco e exigir do governo mais facilidades para obter empréstimos do BNDES e apoio para a revisão da política de descontos praticada atualmente com descontos privilegiados para as grandes redes de livrarias e para estender a desoneração do PIS-Cofins para os optantes do Simples. O argumento da ANL é que os governos devem reconhecer as livrarias como centros culturais que ajudam a fomentar a leitura e a formar leitores no País, com uma importante função cultural e social, como fator de desenvolvimento econômico e humano. Também reivindicam políticas para baratear o frete e crédito diferenciado aos pequenos.
A postura adotada pela ANL indica um discurso mais politizado que vai direto ao ponto, ao defender a regulamentação do mercado com a finalidade de criar mecanismos para que as pequenas e médias livrarias não desapareçam.
Dado usado pelos independentes: 9 em cada 10 pontos de venda são pequenos livreiros (dois terços só possuem uma lojinha e apenas 10% delas faturam acima de R$ 2,4 milhões por ano).
Pelos padrões da Unesco, o Brasil precisaria aumentar mais de 500% a quantidade de livrarias para atender toda a população. Existem 2.980 em 5.565 municípios, o que dá uma para cada 64 mil habitantes (o bom é uma para cada 10 mil pessoas, média que nem SP ou RJ alcançam). E pra complicar: 3 em cada 4 delas estão no Sul e Sudeste. E 2/3 das cidades nem sabem o que é uma livraria.
A Biblioteca Nacional, espécie de joia da coroa da cultura brasileira, está em festa. Dona de um dos maiores acervos do planeta e um dos mais belos cartões-postais do Rio, ela está completando 200 anos de fundação. Entre uma boa programação e outra, a BN, que é administrada pela Fundação Biblioteca Nacional, recebeu um presente pra lá de especial: R$ 31,7 milhões do BNDES e outros R$ 6 milhões do Ministério de Ciências e Tecnologia para investir em reformas e digitalização, entre outros.
Então, um viva pra lá de especial!
Então, um viva pra lá de especial!
Uma em cada cinco cidades paulistas não está mesmo interessada em utilizar livros escolares para apoiar o ensino em suas escolas. Mesmo que esses livros sejam de graça e tenham passado pelo crivo de alguns dos maiores especialistas em educação do País. Foi isso que descobriu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação ao fechar o balanço de municípios que aderiram ao Programa Nacional do Livro Didático, um dos mais festejados do mundo. Pelas contas do FNDE, nada menos do que 143 prefeitas paulistas - ou 22% do estado - simplesmente se recusaram a receber os livros gratuitos do governo.
Em vez disso, os prefeitos preferiram contratar sistemas de ensino apostilados, ao custo de R$ 125 a 170 por aluno.
Em vez disso, os prefeitos preferiram contratar sistemas de ensino apostilados, ao custo de R$ 125 a 170 por aluno.
E as apostilas, que têm causado uma boa polêmica no ensino fundamental e médio, também têm crescido na educação infantil. Estudo recente da Unicamp indica que, em dez anos, mais que quintuplicou o número de municípios paulistas que fazem uso do material desenvolvido pelos sistemas particulares para crianças entre 4 e 5 anos. De 2008 para 2009, por exemplo, subiu de 24 para 32 as cidades apostiladas no estado.
Os milionários recursos do FUST, o controvertido Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, continuam sendo disputados quase a tapa. Não são poucos os projetos apresentados no Congresso nos últimos dez anos para direcionar parte desses recursos para investimentos nas mais diferentes áreas. O deputado mineiro Antônio Roberto, por exemplo, acaba de apresentar o seu para tentar destinar 3% do montante para subvencionar a instalação de cinemas, teatros e bibliotecas em cidades que não possuam esses equipamentos.
A regulamentação da distribuição do dinheiro pertence, legalmente, ao Ministério das Comunicações. Mas o volume de recursos é tamanho que qualquer decisão só com a aprovação do andar de cima.
Foi lançado na quarta (3/11) na Casa de Cultura de Lorena (SP) o Instituto Uk'a, a Casa dos Saberes Ancestrais. E junto com ela chega o selo Uk'a Editorial, especializada na publicação de livros de autores indígenas. O primeiro deles é o livro Mundurukando, do escritor Daniel Munduruku, que pilota a iniciativa. No começo de dezembro, repeteco do lançamento em São Paulo.
Está acontecendo na Livraria Paulista, do Conjunto Nacional, em São Paulo, a versão paulista da Primavera dos Livros, a feira de pequenos editores organizada anualmente pela Liga Brasileira de Editores nas duas principais capitais brasileiras (a do Rio, nos jardins do Museu da República, foi há duas semanas). A Libre tem debatido sobre a melhor periodicidade para o evento.
Veja aqui a programação.
Para ampliar a oferta de leitura, de educação e de oportunidades a detentos, a Penitenciária Industrial de Joinville (SC), que dá um bom exemplo nessa área, precisa de doação de livros. Os telefones para contato são: (47) 4009-9600 e 3463-8415.
Passeie pela biblioteca virtual Nova Escola c/ + de mil resenhas d livros d formação e literatura infantil/juvenil. http://bit.ly/dARyBP
Como que alguém vai gostar de ler se não entende o que lê? Primeiro é necessário ensinar como ler e comprender e este é o meu trabalho. No livro Manual Básico de Estudo qualquer pessoa poderá aprender como estudar e assim obter prazer com a leitura. Visite o site:
www.dianetica.org.br/estudo.html.
www.dianetica.org.br/estudo.html.
Lucia Winther, editora.
Cumpro, nas próximas semanas, a seguinte agenda para debater temas ligados ao livro e à leitura:
22/11 (segunda)
Palestra para o povo do livro
Tema: PNLL: Os desafios para a implementação de Planos Estaduais e Municipais inclusivos
I Fórum Paraibano do Livro, Leitura e Bibliotecas
Local: Salão Internacional do Livro da Paraíba - João Pessoa (PB)
Horário: 9h às 12h
22/11 (segunda)
Palestra para o povo do livro
Tema: PNLL: Os desafios para a implementação de Planos Estaduais e Municipais inclusivos
I Fórum Paraibano do Livro, Leitura e Bibliotecas
Local: Salão Internacional do Livro da Paraíba - João Pessoa (PB)
Horário: 9h às 12h
22/11 (segunda)
Palestra para o povo do livro
Tema: Mercado livreiro, autor e editor: perspectivas nacionais e locais
I Fórum Paraibano do Livro, Leitura e Bibliotecas
Local: Salão Internacional do Livro da Paraíba - João Pessoa (PB)
Horário: 14h às 17h
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