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segunda-feira, 18 de maio de 2009

FESTIVAL DE TEATRO DE RUA EM ANGRA DOS REIS

Caros pesquisadores, Eu havia convidado, também , o companheiro Paulo Betti para observar oEncontro de Angra dos Reis. Ele publicou este pequeno artigo sobre o nossoevento... Paulo Betti Sexta-feira, 15 de maio de 2009 Teatro de rua Amigos, como é encantador o teatro de rua! É só haver uma pequenaaglomeração com alguém se apresentando em alguma praça, que vou parando paraobservar. Na rua vi as apresentações mais poéticas e as mais bizarras. Mas nunca meaborreci. Paro para ver vendedores ambulantes que aproveitam a curiosidadedo povo para vender produtos milagrosos oriundos da mais misteriosa florestaamazônica. Fico esperando a hora prometida que em que a cobra vai serretirada de dentro da cesta mágica. Tudo isso tem um pouco de teatro de rua. Mas não se compara, é óbvio, asrefinadas manifestações teatrais que vi no 14º Encontro Nacional de Teatrode Rua em Angra dos Reis na semana passada. Pela mostra, o teatro de rua brasileiro está fortíssimo e com energia paradar e vender. Fiquei dois dias e vi o grupo “Pombas Urbanas”, de São Paulocom seu espetáculo “Histórias para serem contadas”, um espetáculocomunicativo com atores excelentes. No mesmo dia vi o grupo Arte da Comédia,de Curitiba. A peça “Aconteceu no Brasil enquanto o ônibus não vem” divertiuo público com seu texto construído a partir de improvisações do elenco.Atores maravilhosos, bem ensaiados e coreografados nos mínimos detalhes. Na mesma noite, iluminada por uma linda lua cheia, os meninos deFlorianópolis, do Grupo Circo Negro, barbarizaram as ruas centrais de Angracom sua “Experiência Subterrânea”. No final da noite de sábado o ColetivoPulso, de Belo Horizonte, encantou o público com a magia e a delicadeza deseu “Hai Kai – Somente as Nuvens Nadam No Fundo do Rio”. Figurinosimaculados, movimentos lentos e precisos, um poema teatral de grande impactoque termina num banho coletivo para surpresa do público que reagiu com simpatia e bom humor. No domingo ainda pude me deliciar com o grupo mineiro Galpão Cine Horto esua comunicativa e poética invenção de linguagem em “Arande Gróvore”. Ascrianças acompanhando aquela língua diferente inventada pelo grupo que écria do Galpão, me lembrou alguns grandes momentos de Antunes Filho eGabriel Vilela. Fechei a noite vendo o excepcional “Famiglia Milan e o Gran Circo Guaranácom Rolha”. Que dupla maravilhosa de acrobatas! Uma pesquisa sobre o circodos anos 20. Uma deliciosa viagem no tempo. Não deu para ver tudo,mas pude acompanhar a emocionante homenagem que AmirHaddad e seu Grupo Tá Na Rua prestaram ao mestre Augusto Boal, recémfalecido. Eles inventaram o espetáculo na hora. Amir falou com a propriedadede quem foi amigo dileto do grande homem do nosso teatro, um dos maiores quetivemos em todos os tempos. Para quem acha que a ditadura foi branda, Amir colocou as coisas nos seusdevidos lugares: “a ditadura roubou pelo menos uns oito anos úteis de Boal.No final de sua vida, as seqüelas da tortura brutal que ele sofreu semanifestaram roubando suas energias e se transformando numa leucemiadevastadora”. Na manhã de domingo ouvi junto com Amir, os testes do equipamento de som dasegurança da usina nuclear. Deu medo ouvir aquelas sirenes ecoando pelasmatas com seus gritos lancinantes que misturam a melancolia dos apitos dasantigas fábricas com o som apocalíptico das hecatombes. Uma voz sinistradizia: “continuem a fazer suas atividades normais, isso é apenas um teste”! Ainda bem que eu estava com Amir Hadad e com o pessoal do teatro de rua.Nosso antídoto as incongruências da vida. E pude ver o pipoqueirocumprimentando Amir pelo seu trabalho. Um dos momentos mais belos que jápresenciei no teatro. Ator e sorocabano de coração, traz todas as sextas-feiras um pouco mais

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