Minha lista de blogs

terça-feira, 12 de maio de 2009

REVISTA ALGOMAIS



REVISTA ALGOMAIS


Noticia postada em 01.05.2009 O Quinto Elemento em CaravanaPor: José Neves Cabral Cheiro de mato, som de flauta que mais parece um sabiá cantando num fim de tarde, um toque de violão refinado. Influências várias, arranjos sofisticados, mas sem perder o sotaque regional, fazem do Quinteto Violado um dos poucos grupos musicais brasileiros que conseguem manter o equilíbrio entre a cultura que representam e o som universal. Desse link, natural, o Quinteto desperta emoção por onde passa. Na Síria ou no Japão, na Galícia ou no Peru. Aos 37 anos de carreira, a banda lançou recentemente o CD Quinto Elemento, um trabalho autoral depois de dois discos de homenagens, um só com músicas do paraibano Geraldo Vandré e outro de composições de frevo. O disco está concorrendo ao Prêmio Tim. Nesse final de abril, o grupo iniciou uma excursão, denominada Caravana Multicultural, pelo interior do Estado, onde fará dez shows.Este 32º álbum da carreira foi gravado ao vivo no Teatro Fecap, em São Paulo. E marca o reencontro da banda com um trabalho de criação mais orgânico onde todos participavam da criação das músicas e dos arranjos, característica da primeira fase do QV, antes dos anos 90, quando Toinho passou a ter um papel mais forte na direção dos arranjos em virtude da saída de alguns componentes como Fernando Filizola. Se o processo de criação mudou, a identidade sonora que caracteriza o grupo continua intacta, uma marca que o diferencia dos demais grupos e que levou o crítico Sérgio Cabral, em depoimento para o livro que marcou os 25 anos da banda, a dizer que o Quinteto foi um divisor de águas na MPB.Este 32º álbum da carreira foi gravado ao vivo no Teatro Fecap, em São Paulo. E marca o reencontro da banda com um trabalho de criação mais orgânico onde todos participavam da criação das músicas e dos arranjos, característica da primeira fase do QV, antes dos anos 90, quando Toinho passou a ter um papel mais forte na direção dos arranjos em virtude da saída de alguns componentes como Fernando Filizola. Se o processo de criação mudou, a identidade sonora que caracteriza o grupo continua intacta, uma marca que o diferencia dos demais grupos e que levou o crítico Sérgio Cabral, em depoimento para o livro que marcou os 25 anos da banda, a dizer que o Quinteto foi um divisor de águas na MPB.“Agora, sem ele, cada um procura contribuir da melhor forma sem perder as referências que deixou”, explica Dudu, filho de Toinho. Mas onde encontrar tantas fontes para beber e traduzir em sons e versos nesses 37 anos? Nas emboladas, nos violeiros, nas toadas e aboios. Marcelo Melo, único remanescente do grupo inicial e que assumiu naturalmente a liderança da banda após o desaparecimento de Toinho, explica que a inspiração vem do contato com a cultura da região.O novo trabalho do Quinteto é diferente dos anteriores. Neste disco o grupo não só expressa os sotaques e a cultura da região, mas demonstra também que enxerga o sofrimento e o desamparo, como em Paisagens do Brasil, onde denuncia “criança matando menino”. E as crianças também voltam à cena em Meninos de Rua... “Frutos da terra, da miséria, da solidão.../nascem chorando de fome e de dor/crescem carentes de tudo/criaturas em flor”.De raiz bem nordestina, mas com a mistura na sonoridade de tambores sírios, Marcelo Melo interpreta Contos de Zelação, adaptação do Folheto A eleição do Diabo e a posse de Lampião no Inferno (de Severino G. de Oliveira). Dudu Alves explica que a ideia de incluir os tambores foi do percussionista Roberto Medeiros. “Passamos uma semana lá, e Roberto encontrou uns tambores parecidos com as alfaias. Esse som também entra em Contos de Zelação.”No novo CD, o Quinteto mostra na música Contos de Zelação a influência ibérica que recebeu numa de suas excursões à Galícia. Uma canção que naturalmente deve agradar ao público que vai assistir à participação do grupo em festivais em Vigo, La Coruña no mês de julho. “Vamos possivelmente inserir mais sonoridades da sanfona galega nesses shows”, afirma Marcelo.Da gravação, participaram Marcelo Melo (violão, viola e voz), Ciano (flautas), Dudu Alves (teclados) e Roberto Medeiros (percussão e voz). Thiago Fournier se incorporou ao grupo devido à proximidade com Toinho Alves, com quem teve orientações técnicas sobre a forma de tocar o baixo elétrico vertical, de acordo com o estilo consagrado pelo Quinteto.PROJETOSCom a criação da fundação Quinteto Violado, em 1997, o grupo também passou a trabalhar em projetos para o desenvolvimento da cultura da região Nordeste. No ano passado, lançou o CD Sons do São Francisco e Cantos do Semi-Árido, onde faz um registro documental das manifestações musicais das comunidades ribeirinhas do São Francisco. Do pífano aos índios fulniô e às cantadeiras do sisal, as manifestações foram registradas em CD a fim de dar visibilidade à diversidade cultural da região. Dudu Alves conta que essas iniciativas fazem parte de um grande projeto que é o Registro de Ícones Culturais, que funciona como um guarda-chuva. “A partir dele nós desenvolvemos outros. Com ele, nós ganhamos um Prêmio do MinC chamado Cultura Viva, que é um certificado de qualidade da execução do projeto.”Segundo Marcelo Melo, esse projeto deveria ter sido feito inicialmente em parceria com o Ministério da Cultura, mas nunca houve dinheiro para fazer. Acabou saindo com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que precisava trabalhar com projetos de agricultura familiar e queria também estimular a auto-estima da população.“O Ministério do Desenvolvimento Agrário nos encomendou esse trabalho, em várias regiões, até que chegou uma ocasião em que não tinha mais como justificar essa destinação por não ser o Ministério da Cultura”, comenta Melo. Agora, o próprio MinC está estudando a possibilidade de incluir tanto o Sons do São Francisco quanto o Cantos do Semi-Árido no projeto Mais Cultura. “Eles estão avaliando como utilizam esse material produzido por nós dentro desse projeto”, informa Marcelo.“Os folguedos, o artesanato, tudo isso a gente registra e tem uma força muito grande na valorização da identidade das comunidades”, explica. Para fazer esses projetos, Marcelo revela que o Quinteto não encontrou tantas dificuldades na execução, pois os elementos encontrados nas manifestações das comunidades já fazem parte do próprio trabalho de pesquisa do grupo.“Quando você mexe com a cultura de uma comunidade, mexe com a auto-estima também. Isso a gente registra, apresenta, e tem uma força na valorização da identidade. É uma alternativa, inclusive, de geração de renda. E eles começaram a entender isso”, comenta Marcelo Melo.Em breve, o grupo também poderá captar recursos da Lei Rouanet para a realização de projetos culturais. As empresas que investirem nos projetos terão o valor abatido do imposto de renda.FIEL AO ESTILONesse longo período de existência, o Quinteto sempre se manteve dentro de uma proposta rítmica diferenciada, mas sem perder a essência e o sotaque da música regional. Segundo Marcelo Melo, há diversas linguagens para se executar o forró, todas têm seus méritos, virtudes e defeitos. Existe o forró que banalizou-se pela forma escrachada, repetitiva, e poeticamente pobre, mas há também os poetas que continuam fazendo seu trabalho, com simplicidade, e os sanfoneiros levando a tradição adiante. “Um dos aspectos positivos disso tudo é que não se deixou cair o prestígio da sanfona como um instrumento fundamental na música do Nordeste. Luiz Gonzaga deixou essa história e todos são seus seguidores.”Marcelo Melo acrescenta que é possível enxergar nos acordes do hino do Ceroula (terceira faixa do disco 100 anos de Frevo PE), com arranjos feitos por Toinho Alves, a influência do tango, fruto de um contato do grupo com o astro argentino Astor Piazzolla numa visita ao Recife. “Ele fez um show no Geraldão e ficou encantado e muito interessado pela nossa música. E a gente começou a perceber que dentro da leitura dele do tango havia também as marcações do frevo. Se tocar o hino do Ceroula em instrumental é tango.”Os folguedos populares também são alvo das pesquisas e da observação do grupo. “Não fomos buscar nada fora. Tudo veio para cá. A gente encontrava no som de alguns pifeiros e rabequeiros, de cavalos marinhos, a música de Debussy, de Vivaldi. Tudo veio para cá e misturou-se a música erudita que um dia foi popular. O quinteto faz uma ponte entre o erudito e o popular de uma forma muito livre, nas carrocerias dos caminhões no meio das feiras livres, as plataformas das igrejas, e o povo vendo e identificando o trabalho deles na leitura do Quinteto”. Histórias da EstradaMOTOR HOMEO motor home ainda não existia, mas o Quinteto Violado, em função das necessidades, acabou inventando um protótipo para suas viagens em início de carreira. Um carro que cabia tudo, os componentes, equipamentos e toda a infra-estrutura que o grupo carrega. Numa das viagens, já utilizando um ônibus que abrigava, além dos equipamentos, beliches adaptados, a banda atravessava o Brasil fazendo shows, passando às vezes seis meses longe do Recife.CARRO DE DOENTESMarcelo lembra que certa vez o motorista do ônibus parou para dar assistência a uma família que estava com o carro quebrado na beira da estrada e ofereceu carona. “Quando uma mulher entrou e viu alguns componentes deitados nos beliches, exclamou: ¬- Vixe, vamos embora que isso aqui é um carro de carregar doentes!. “Eles desceram e não quiseram ir de jeito nenhum”.ZÉ DA FLAUTA = TIRADENTES“Estávamos fazendo uma excursão no interior de Minas e chegamos a uma cidade no Dia de Tiradentes. E Zé da Flauta desceu do ônibus no momento em que estava havendo uma gincana com aquele cabelo grande dele. De repente, pegaram Zé da Flauta amarraram uma corda no meio da cintura dele e o levaram carregado numa procissão. Era uma tarefa que as pessoas estavam cumprindo.De turbante - “Numa recente viagem nossa à Síria nós perdemos as bagagens e tivemos de ir às lojas comprar roupas de lá”, revela Dudu.
Escritório: + 55 81 3241-2132 Dudu Alves: + 55 81 9452-0903 E-mail :
quintetoviolado@uol.com.brWebsite: www.quintetoviolado.com.br Representante em SP e Sudeste: Circus Produções Culturais www.circusproducoes.com.br + 55 11 3151-3617 + 55 11 9172-4010

Nenhum comentário: