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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MELHORES FILMES DE 2009- RUBENS Ewald FILHO



É muito difícil fazer a escolha, porque cada vez mais se embaralham as estreias. Já perceberam como a gente está esquecendo rápido dos filmes? E o sucesso é cada vez mais passageiro. Pensa bem nos filmes do Oscar este ano e vai ter dificuldade de lembrar até quem foi o vencedor. Olha que foi um enorme êxito em todo o mundo e provou mais uma vez que o Oscar tem poder.
Estou falando de “Quem quer ser um Milionário?”, mas poderia ser qualquer um dos filmes que tiveram seu auge no começo do ano e já foram substituídos por outros mais recentes. Será que nossos favoritos de hoje resistirão à prova do tempo? Difícil de afirmar. Decidi fazer esta lista de melhores (teremos também noutra matéria, a dos piores e decepções) de forma bem pessoal, sem concessões.
O Melhor filme do ano (comercial): Avatar - de James Cameron – Pode ser que ainda esteja sob o impacto de seu imaginário espetacular. Tecnicamente é uma maravilha, inovador, visualmente bonito, politicamente oportuno, não se importa mesmo em ser até anti-militarista, anti-fuzileiros. Se o roteiro tem falhas (diálogos nunca foram o forte do diretor), o resultado é sensacional e fiquei entusiasmado pela primeira vez em muito tempo.
Melhor lançamento de arte — Anticristo, de Lars Von Trier. Os “festivaleiros” que ficaram chocados me perdoem, mas o filme é impactante de verdade. Não se resolve numa única visão, é para ser discutido, dissecado. O diretor mergulhou nos seus infernos, mas foi até lá fundamentado, com base. E há quanto tempo a gente não se choca com mais nada? Só isso já seria um mérito.


Seleção dos melhores filmes de 2009




A Partida – (Departures)- Foi o filme japonês que venceu o Oscar de filme estrangeiro e que apesar de disponível em DVD, também continua em cartaz nos cinemas. Uma delicada história sobre a passagem da vida e a aceitação da morte, à moda oriental. A história da violoncelista que perde o emprego e vai trabalhar numa funerária na sua cidade natal, aproveitando para fazer as pazes com seu passado. Direção de Yojiro Takita.


Entre os Muros da Escola (Entre les Murs) – Poderoso filme francês, que põe o dedo na ferida dos problemas do ensino na França, em bairros populares, não muito diferentes dos brasileiros. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Direção de Laurent Cantent.

Frost/Nixon, de Ron Howard – Com um título desses ninguém quis ver. Uma pena, porque é muito bem feito, brilhantemente interpretado e dá uma visão lúcida de um momento triste da história americana, a hipocrisia do presidente Richard Nixon, logo depois seu pedido de demissão. O grande Frank Langella o interpreta.


Quem quer ser um Milionário? de Danny Boyle. O encontro entre Hollywood e Bollywood, num filme muito inventivo e surpreendente. Mas passageiro…


Trama Internacional, de Tom Twyker – Fracassou porque estreou justamente no momento em que sucedia a crise econômica que ele ilustrava e previa tão bem. Mostrando tudo em forma de thriller.


Bastardos Inglórios – Caiu no gosto do brasileiro, ainda não encontrei uma pessoa aqui que não tenha gostado – e vibrado – com este mais recente filme de Quentin Tarantino, que não foi apenas brilhante nos diálogos, mas numa outra coisa também. Uma ideia inovadora: por que o cinema não pode mudar a história e contar as coisas como quiser?

O Curioso Caso de Benjamin Button – Muito melhor do que aparentava. Conta a história de um homem que passa pela vida em brancas nuvens, sem ter feito nada de importante, a não ser ter nascido velho e vivido de trás para a frente.

Os Amantes (Two Lovers) – Caiu no gosto do público e estão certos. Uma história em que todos nós conseguimos nos identificar: quem já não amou uma loira do vizinho e foi desprezado? Gwyneth Paltrow em seu melhor momento.


Gran Torino – Difícil não admirar Clint Eastwood, sólido e se tornando liberal com quase 80 anos. Seu maior sucesso de bilheteria em toda sua carreira. Este ano também teve A Troca, outro filme de qualidade.



Almoço em Agosto – A volta do antigo cinema italiano humano e divertido, feito por atores amadores, dirigido e estrelado pelo roteirista de Gomorra, Gianni Di Gregório. Ele e mais um bando de velhas encantadoras e naturalíssimas. Mostra que o neo-realismo não morreu e a Itália ainda pode fazer grandes comédias dramáticas.


Katyn de Wajda – O maior diretor da Polônia conta a história do massacre onde mataram seu pai, um fato que os comunistas esconderam durante décadas. E faz tudo de forma, discreta, eficiente, sem perder a emoção.



O Leitor – Outro que já esta meio esquecido, mas foi outro acerto e finalmente fez justiça a Kate Winslet.



Distrito 9 – Por alguma razão foi rejeitado pelo brasileiro, talvez porque as favelas tivessem cara de Brasil, os bichos fossem feios ou simplesmente não entenderam suas denúncias políticas. Mas repensem que é bem legal.



O Casamento de Rachel – A volta do grande diretor Jonathan Demme num filme moderno que demonstra o que sempre se desconfiou: que Anne Hathaway é ótima.



Gostei também de Tudo Começou em Woodstock de Ang Lee e Dúvida com a Meryl Streep, mas não o suficiente para deixá-los entre os melhores. Milk, a Voz da Igualdade também teve um padrão de qualidade. Eu curti Presságio, para mim o mais divertido dos apocalipses.




Rio Congelado, O Visitante, ficaram acima da média dos independentes do ano. O Equilibrista deve ter sido o melhor documentário estrangeiro do ano (aliás, poucos chegaram aqui). O argentino A Janela era poético. Duplicidade tinha um final errado.



Bons filmes de arte: Meu Nome é Sabine (um tocante documentário da estrela Bonnaire sobre sua irmã autista, sem ego), Gesto Obsceno (prova de que o cinema floresce em Israel).



Blockbusters – Um ano fraco de filmes de ação. O meu favorito foi Exterminador do Futuro – Salvação, que ao menos era eficiente. O novo Star Trek foi inesperado fracasso no Brasil (mas era acima do razoável, embora não tenho aprovado a dupla central no lugar de Capitão Kirk e Spock, o resto da equipe era boa. Transformers era over demais.




A melhor comédia – A Proposta, que serviu de ponta de lança para o retorno do ano, Sandra Bullock, que de repente é cogitada para prêmios (até dramático por outro sucesso inesperado nos EUA, Blindside). O segundo seria Cara, eu Te Amo, com Paul Rudd, o romance e a amizade entre homens.



Melhor terror- Arraste-me para o Inferno de Sam Raimi (afinal quem sabe, sabe. Ele demonstrou que entende do ramo).








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