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terça-feira, 16 de junho de 2009

BOLETIM NACIONAL DE LIVRO E LEITURA


Audiência pública do Fundo Setorial Pró-Leitura

Amanhã, 16 de junho, haverá no Congresso Nacional a primeira audiência pública convocada pela Frente Parlamentar Mista da Leitura para debater a implantação do Fundo Setorial Pró-Leitura (FSPL), e assim concretizar por lei o compromisso assumido pelo setor produtivo em dezembro de 2004 quando o governo desonerou do pagamento o PIS-COFINS, isentando as editoras e demais negócios do livro do pagamento de impostos. Com o início da arrecadação do Fundo, dedicado exclusivamente aos eixos do PNLL, principalmente à difusão da leitura, espera-se um crescimento da própria atividade do setor, uma espécie de auto-incentivo aos negócios aliado às metas públicas de transformar o Brasil em um país de leitores.

Proler

Tem início, no dia 16, o XII Encontro regional do Proler em Uberaba, Minas Gerais, que este ano recebe também o 1º Fórum Regional de Políticas Públicas para o Livro e a Leitura. Participarão representantes dos Ministérios da Cultura e da Educação, do Congresso Nacional, do PNLL e da Coordenação Nacional do Proler/Biblioteca Nacional, como José Castilho Marques Neto, Fabiano dos Santos e o deputado Marcelo Almeida.

E Prolerzinho
Para incentivar a leitura e a arte, Era uma vez... Leitura, Artes e Artimanhas, que integra o Eixo 2 (Fomento à Leitura e à Formação de Mediadores) do PNLL, realiza oficinas e palestras para a comunidade de Uberaba, Minas Gerias. Conhecido como Prolerzinho, o projeto, que conta com a participação de escritores, ilustradores e contadores de história, que ministram as dinâmicas procurando capacitar agentes mirins que possam contribuir com a escola e a comunidade.

Nenhuma cidade brasileira sem biblioteca

Passou para outubro o prazo com o qual o Ministério da Cultura trabalha para zerar o número de cidades brasileiras que ainda não contam com os serviços de uma biblioteca pública. A expectativa é que o Dia do Livro, 29 de outubro, possa ser marcado com esta importante conquista. Se sua cidade não estiver na relação disponível neste link e não possuir biblioteca pública municipal, envie um email para biblioteca@cultura.gov.br.

Sopa de Letras 2009

Por meio do programa de rádio Sopa de Letras 2009, que integra o Eixo 1 (Democratização do Acesso), diversos temas presentes na produção literária e fonográfica infantis podem ser abordados. Com o auxílio do computador, esse trabalho pedagógico possibilita o aumento da inclusão social e estimula a leitura à população de Goiânia (Goiás). Os programas são repletos de histórias, entrevistas, dicas e, principalmente, música.

I Bienal da Floresta

Encerrou-se no último dia 7, a I Bienal da Floresta do Livro e da Leitura realizada em Rio Branco (Acre), que contou com a participação de escritores como Ignácio de Loyola Brandão, Márcio de Souza e Fábio Lucas. Também presente, o secretário-executivo do PNLL, José Castilho Marques Neto, assinala que "a nova Biblioteca Pública do Acre é um exemplo para todo o país". Aplicando as diretrizes recomendas pelo PNLL, ela é "acessível, acolhedora, bonita, com muita luz e energia humana para cumprir sua missão de casa de cultura que forma o leitor completo, aliando leitura ao prazer e à informação necessária ao homem contemporâneo".

Feiras do Livro em Ribeirão Preto e Canoas

A 25ª edição da Feira do Livro de Canoas (RS) começa no dia 20 de junho e termina em 4 de julho. E este ano, quando serão lembrados os 70 anos de emancipação da cidade, a programação acontece em dois endereços: no tradicional ponto, o Calçadão da Rua Tiradentes, e na Praça da Bandeira. Segundo o secretário de Cultura, Jéferson Assumção, um diferencial desta edição é o funcionamento da feira aos domingos.
Já a 9ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (SP) começa na próxima quinta, dia 18, e segue até 28 de junho. Está confirmada a presença de mais de 100 escritores e diversas editoras que ocuparão 66 estandes montados em três pavilhões. Além disso, haverá a entrega de dois prêmios literários, o Cora Coralina e o Rubem Cione. Os homenageados deste edição são o Chile, o Amazonas, a poetisa Cora Coralina, tendo o jornalista Galeno Amorim como patrono. O secretário executivo do PNLL, José Castilho Marques Neto, estará presente em ambos os eventos.
Feiras na América Latina
Os meses de julho e de agosto vão abrigar três feiras internacionais na América Latina. A
feira internacional da Guatemala, que ocorre de 24 de julho a 2 de agosto, tem em sua programação um Congresso de Educação, o III Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Promoção da Leitura e a Conferência Internacional sobre os Direitos Humanos, além de cursos práticos de capacitação para livreiros e bibliotecários. A Feira Internacional de Lima (Peru) terá o Brasil como país homenageado no evento que vai de 24 de julho a 3 de agosto, reservando um estante de 200m² para o país. Já a feira de Bogotá (Colômbia) vai de 12 a 23 de agosto e terá seminário, conferências, mesas-redondas, lançamentos, entre outras atividades.

Nova edição do Red Planes do Cerlalc

Uma nova edição do Red Planes (Red Iberoamericanas de Responsables de Politicas y Planes de Lectura) foi lançada pelo Cerlalc (Centro Regional para el Fomento del Libro em América Latina y el Caribe). Esta edição é voltada para os planos da Colômbia, e traz entrevista com Beatriz Helena Robledo, subdiretora da Bibliteca Nacional Colombiana e Jeimy Hernández, coordenadora do Plano Nacional de Leitura e Bibliotecas, e matérias que retratam o livro e a leitura no país sul americano. Para conferir na íntegra o boletim Red Planes, clique aqui.

FNLIJ anuncia livros ganhadores

No dia 10 de junho, após a abertura do 11º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, foi feita a entrega dos prêmios FNLIJ referente à produção literária em 2008. Confira os ganhadores aqui. O evento, que prossegue até o próximo dia 21, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, na região do Cais do Porto do Rio de Janeiro, conta com uma intensa programação, como o lançamento de 150 livros, com a presença de aproximadamente 140 autores e muitas atividades de incentivo à leitura.
Dicas de leitura

Contos Fluminenses, de Machado de Assis "Era conveniente ao romance que o leitor ficasse muito tempo sem saber quem era Miss Dollar. Mas por outro lado, sem a apresentação de Miss Dollar, seria o autor obrigado a longas digressões, que encheriam o papel sem adiantar a ação. Não há hesitação possível: vou apresentar-lhes Miss Dollar.Se o leitor é rapaz e dado ao gênio melancólico, imagina que Miss Dollar é uma inglesa pálida e delgada, escassa de carnes e de sangue, abrindo à flor do rosto dous grandes olhos azuis e sacudindo ao vento umas longas tranças louras. A moça em questão deve ser vaporosa e ideal como uma criação de Shakespeare; deve ser o contraste do roastbeef britânico, com que se alimenta a liberdade do Reino Unido. Uma tal Miss Dollar deve ter o poeta Tennyson de cor e ler Lamartine no original; se souber o português deve deliciar-se com a leitura dos sonetos de Camões ou os Cantos de Gonçalves Dias. O chá e o leite devem ser a alimentação de semelhante criatura, adicionando-se-lhe alguns confeitos e biscoutos para acudir às urgências do estômago. A sua fala deve ser um murmúrio de harpa eólia; o seu amor um desmaio, a sua vida uma contemplação, a sua morte um suspiro."Leia o texto na íntegra A Maldita Parentela, de França Júnior"CENA IDamião Teixeira e Raimunda.Damião (Entrando por uma das portas da esquerda, a Raimunda, que entra pela direita) - Onde está Marianinha? (Com alegria) As salas regorgitam de gente e neste momento acaba de entrar a família do Comendador Pestana.Raimunda - Marianinha está no toalete com as filhas do Conselheiro Neves.Damião - Que reunião luzida! São apenas nove horas e já tenho em casa dois desembargadores, três deputados, um conselheiro, um tenente-coronel...Raimunda - O pior é que chove a cântaros.Damião - Tanto melhor. Haverá à porta maior número de carros e o nosso baile, durante uma semana pelo menos, será o assunto das conversações na vizinhança." Leia o texto na íntegra

Favoritos

Júlio Verne (1828 - 1905)Júlio Verne foi o nome dado, como homenagem ao escritor francês, a uma nave espacial não tripulada. Ela é capaz de transportar até 7,7 toneladas de carga, levando material científico e combustível para a Estação Espacial Internacional (ISS). Também é capaz de, por meio de seus propulsores, elevar a órbita da estação para contrabalançar a força de atração da atmosfera terrestre. É o primeiro veículo automatizado de transferência a fazer parte do projeto da ISS.
Homenagem espacial ao autor
Biografia
Entrevistas
Site em espanhol dedicado a Verne
Le musée Jules Vernes
Obras
A Volta ao Mundo em 80 Dias
Da Terra à Lua
20000 Lieues Sous Les Mers
A Journey to the Centre of the Earth (em inglês)
Lista de obras no Projeto Gutenberg
Multimídia
Le Voyage dans la Lune,
clássica adaptação feita por George Méliès em 1902
Les voyages extraordinaires de Jules Verne
Trailer de 20.000 Leagues Under the Sea (1954)

Cursos e palestras

Encadernação artística de estrutura cruzadaABERQuando: 6 a 11 de julho, das 18h30 às 21h30Conteúdo: Os métodos para encadernação de estrutura cruzada, inventada na década de 1990.Docente: Estela VilelaLocal: Rua Machado de Assis, 222 cj 2 - São Paulo (SP)Telefone: (11) 5579-6200E-mail: secretaria@aber.org.br Gestão de estoques e controle de consignações de livrosEscola do Escritor Quando: 11 de julho, das 9h às 13hConteúdo: Serão apresentados conceitos como giro de estoque, nível de serviço ao cliente e consignação, facilitando a profissionalização da gestão de estoques e do processo entre editora e livraria.Docente: Gerson RamosLocal: Rua Mourato Coelho, 393 - São Paulo - SPTelefone: (11) 3034-2981E-mail: escoladoescritor@ escoladoescritor.com.br

Agenda Nacional
11º Salão FNLIJ (RJ)10 a 21 de junho
Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (SP)18 a 28 de junho
III Bienal do Livro de Santa Catarina (SC)29 de junho a 5 de julho
VII Festa Literária Internacional de Paraty (RJ)1º a 5 de julho
17º COLE - Congresso de Leitura do Brasil (Campinas - SP)20 a 24 de julho
Jornada Nacional de Literatura (RS)24 a 28 de agosto












Neste ano, a programação da FLIP Etc passa a se chamar FLIP – Casa da Cultura e seus eventos já podem ser consultados aqui. Definida pela curadoria da Festa Literária, a FLIP – Casa da Cultura é uma extensão da programação principal. Haverá debates com escritores, cineastas e roteiristas, shows, pré-estreias e exibições de filmes. Algumas das atrações são relacionadas ao autor homenageado, Manuel Bandeira, e ao Ano da França no Brasil.Os ingressos da FLIP – Casa da Cultura serão vendidos apenas em Paraty, a partir do dia 1 de julho, às 9h, na bilheteria da FLIP e na Casa da Cultura, com exceção do show Estrela para toda a vida, com Olivia e Francis Hime, cujos ingressos serão vendidos pelo site (www.ingressorapido.com.br ), pelo telefone (4003-1212, número nacional) e nos pontos-de-venda da Ingresso Rápido, a partir do dia 17 de junho, às 10h.
Podcasts Estão disponíveis no site podcasts com comentários em áudio do diretor de programação a respeito das mesas e dos autores da 7a. FLIP. Flávio Moura fala sobre a origem das ideias de composição de cada um dos debates e sobre o que espera das discussões que vão ocorrer na Festa Literária. Além disso, destaca alguns dos aspectos pouco conhecidos de cada um dos escritores e discorre sobre as características principais de cada um deles.

BOLETIM ESCREVENDO O FUTURO


segunda-feira, 15 de junho de 2009

III ENCONTRO DE CONTADORES DE HISTÓRIA EM SANTA BARBARA DO OESTE


SEMINÁRIO- GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL -sesc CAMPOS


SEMINÁRIO
GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL
Gestão compartilhada, sustentabilidade e economia solidária são algumas das ferramentas utilizadas para ajudar os artistas a organizar seus trabalhos. Coordenação de Flávia Berton, do Teatro do Anônimo.
Dias 19/6, 14h às 19h e 20/6, 10h às 10h às 13h e 14h às 18h.
Valor: R$ 5 (com.), R$ 6 (usu) e R$ 10.
Será fornecido certificado.

ABORDAGENS:
Gestão para autonomia e produção cultural

Transformando 22 anos de experiência em prática, o Teatro de Anônimo realiza esta oficina na área de gestão e produção cultural. O principal objetivo é oferecer ferramentas para que os artistas e grupos criem uma maneira eficaz de gerir (produzir e distribuir) seus trabalhos numa perspectiva coletiva, autônoma e solidária, sempre a partir de suas próprias referências.
Gestão compartilhada, sustentabilidade e economia solidária, são conceitos utilizados para apoiar a metodologia da oficina que instiga cada grupo, a partir de sua missão, a pensar em elementos que contribuam para a organização interna, para a representatividade jurídica e para o planejamento estratégico.

Publico alvo: artistas e produtores
Coordenação: Flávia Berton

PROGRAMA:

GESTÃO
ü Missão
ü Visão
ü Plano estratégico
ü Representatividade Jurídica

CAPTAÇÃO/ VENDA
ü Público Alvo
ü Qualidade artística
ü Peça promocional
ü Contatos / ética / transparência
ü Justificativa / singularidade
ü Contatos com locais de venda
ü Elaboração de projetos

Carga Horária - 12 horas

SOBRE O GRUPO:
O Teatro de Anônimo, fundado em 1986, dedica -se à pesquisa técnica e artística no que define de Teatro Popular Circense, com enfoque principal na arte da comicidade, nas técnicas de números aéreos e no universo teatral das festas populares.

Além do repertório de 9 espetáculos - Roda Saia Gira Vida (1994), In Conserto (1998), Caleidoscópio (1998), Tomara que Não Chova (2001), Guardados (2003), Almas Berrantes (2004), Homem Bomba (2006) e Lar Doce Lar (2006), Noites de Parangolé (2008) - o Teatro de Anônimo desenvolve oficinas práticas com diferentes enfoques: O Jogo Como Técnica, direcionado para atores e artistas circenses, Circo-Teatro Atuação, oficina introdutória de circo-teatro para crianças e adolescentes, oficina permanente de Acrobacia Aérea e oficina de Gestão Cultural.

A atuação do Teatro de Anônimo se dá através de uma dinâmica sistemática de apresentações de espetáculos, realização de temporadas, oficinas e participação em festivais. O Grupo é também responsável pela criação, produção e realização do evento Anjos do Picadeiro – Encontro Internacional de Palhaços que, em suas 7 edições, já reuniu mais de 500 grupos e artistas nacionais e internacionais.

Ator Daniel de Oliveira faz périplo religioso para filme

12/06/2009 - 08h57
Ator Daniel de Oliveira faz périplo religioso para filme
FERNANDA EZABELLAColaboração para a Folha de S.Paulo
Sonhos com exu, cerimônia do daime, visitas a pajés. E, alguns galos mortos mais tarde, nasceu Santinho, ou melhor, Daniel de Oliveira achou o tom de seu personagem messiânico, o mais intenso de sua carreira.
O ator mineiro de 31 anos encarna em "A Festa da Menina Morta" (
veja o trailer) um garoto adorado e temido pela pequena comunidade ribeirinha de Barcelos, a 400 km de Manaus. Ele faz Santinho, líder de um grupo religioso, formado após o aparecimento de um vestido rasgado de uma menina desaparecida.
A preparação para o longa durou alguns meses entre 2006 e 2007, incluindo ensaios no apartamento do diretor Matheus Nachtergaele no Rio e quatro semanas de aclimatação na cidade amazônica. Exercícios de butô e longas improvisações faziam parte do dia a dia do elenco, que tem também Cassia Kiss e Jackson Antunes.
"Teve uma improvisação, por exemplo, de quase cinco horas, dentro da casa-santuário do Santinho", lembra Daniel à Folha. "Ficamos tão tomados com aquilo que ninguém queria sair dos personagens depois."
Daniel, que ficou famoso no papel de Cazuza no cinema, também fez uma espécie de périplo religioso para entrar no personagem. Foi a curandeiras e fez até um trabalho com galos a pedido de um pai-de-santo.
"Foi um trabalho meio louco, até com matança [de galos], que eu não sou muito chegado, mas fiz por causa [da preparação] do filme", conta. "Essa época foi intensa, sonhava muito."
Daniel ainda se submeteu ao "sacrifício" de depilar as pernas, com ajuda da mulher, a atriz Vanessa Giácomo. "Isso foi o pior", diz, rindo. Também aprendeu a bordar e aparou as sobrancelhas, tudo para ajudar a fazer de Santinho um personagem extremamente feminino, que tem uma relação heterodoxa com o pai e vive paparicado pelas mulheres da região.
"Fui respeitando muito este personagem. Comprei uma briga pesada, não podia titubear [...] porque, se eu errasse, seria ridículo", diz. "Se errasse, acho que até desistiria de ser ator."
O filme se passa em dois dias, um para a preparação da festa dedicada à menina morta, a qual Santinho costuma "ouvir", e outro para a cerimônia em si.
No processo de benzer os moradores, Santinho entoa um cântico, bolado pelo próprio Daniel durante um sonho. "Eu só acordei, levantei e escrevi, veio com a melodia e tal."

9 º MOSTRA CBTIJ DE TEATRO INFANTIL -SESC CAMPOS


sábado, 6 de junho de 2009

A Lenda do Príncipe que tinha Rosto



Quinzenalmente teremos uma crítica teatral assinada por Maria Helena Kühner. As opiniões do crítico são totalmente independentes do julgamento de valor do CEPETIN, que tem outros membros avaliando os espetáculos. As opiniões, portanto, podem ser divergentes e é desta divergência que pode surgir uma dicussão profícua.

Arquivo de Críticas
A Lenda do Príncipe que tinha Rosto

Um espetáculo da Cia de Teatro Artesanal é sempre gerador de boas expectativas, dado o nível de qualidade de seus trabalhos. Mas, desta vez, saíamos de lá um tanto frustrados.A idéia central - o fato de ter rosto ser causador de uma diferença que gera estranheza e leva ao isolamento - é interessante e provocativa (sobretudo em um tempo em que a massificação é crescente, diria um espectador adulto). Como são provocadoras as cenas iniciais, com seu belo videografismo e o clima insólito criado pelas figuras em negro, sem rosto, movimentando-se pela cena, enquanto um play back introduz a história que, ao que se supõe, vai se desenrolar.Mas é neste desenrolar que a peça vai revelar sua fragilidade maior: a opção da Cia., de “não dar prioridade” ao texto, no caso parece tê-los levado a deixar de lado a escritura dramatúrgica, reduzindo-a a essa narrativa em play black que vai se revelando falha e desconexa: o pequeno príncipe é isolado do mundo pelo insólito fato de ter rosto; mas a “pequena ama” que vai surgir também tem rosto e, ao que parece, convive normalmente com os demais no mundo fora; decidem fugir juntos e em outra cidade vão encontrar antepassados também com rosto ( como, por que? ); resolvem então voltar (?) e...dá-se um arremate da trama que soa brusco e forçado: “Acabou...?” perguntou, cada vez mais atônito, um menino de 10 ou 12 anos próximo a nós. Levando quem assiste a supor tratar-se de um work in progresss que foi levado, ainda inacabado, à cena.Pois esse fiapo narrativo esgarçado não é suficiente nem para manter o interesse na trama, nem como suporte da escrita cênica - que vai perdendo ritmo, e tornando-se lenta, monótona, repetitiva, empobrecendo-se gradativamente até o esvaziamento final – nem como suporte para o sugestivo videografismo e a bela iluminação, que perdem igualmente sua força expressiva. Se as influências buscadas, e mencionadas, foram o gótico e/ou o cinema de Tim Burton, cabe lembrar que, em ambos, o clima insólito e fantasioso se desenvolve ou se desdobra em uma trama que mantém o interesse – e não apenas na temática em torno de facetas inéditas de personalidade. Vale lembrar Dr. Jekyll e Mr. Hyde, ou Dorian Gray, ou Frakenstein, ou, no cinema, o Edward Mãos de Tesoura, ou o Batman, e até a Alice de Tim Burton. Uma pergunta curiosa nos ficou: se antes o trabalho da Cia Artesanal trabalhava o texto como prioridade, porque, em vez de acrescentar ao que fazia, decidiu substituí-lo por outra busca que, ao que parece, menospreza o antes conquistado?Mas vale o esforço de, em um momento e meio de grande número de espetáculos que nada buscam e nada acrescentam, a Cia de Teatro Artesanal estar mantendo uma linha coerente de experimentação e inovação.

FESTIVAL DO TEATRO DO ANÔNIMO -SESC CAMPOS







SEMINÁRIO DE GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL






DIA 19 E 20 DO JUNHO






HORÁRIO SEXTA DAS 14 ÀS 19 HORAS



SABADO 10 H ÀS 13 H E 14 H ÁS 18 HORAS






COM FLAVIA BERTOM COORDENADORA DO TEATRO DO ANÔNIMO






ESPETÁCULOS






19/6, 20h - IN CONSERTO






Um trio de palhaços chega ao local para dar um concerto Público, mas muitas trapalhadas acontecem até que consigam executar suas peças. Assim, acabam tendo que dar um conserto no programa, que inclui a "Ópera Desastrada", interpretada pelo alto barítono Seu Flor e seu lerdíssimo discípulo Cuti-Cuti. Em seguida, é a vez de Buscapé executar sua peça musical, até que se depara com uma fatalidade do destino: seu estimado apito mirim ultrapassa a barreira da vida e vira estrela. Em seu périplo fúnebre, Buscapé leva o público às lágrimas de tanto rir. No Gran Finale, os três atrapalhados palhaços executam seu concerto, agora com instrumentos de verdade (acordeão, cavaquinho e trompete). Contudo, até que isso ocorra, muitas outras tentativas e erros irão se suceder.




26/6, 20h - HOMEM BOMBA







Homem BOMBA é um espetáculo-processo-avaliação-balanço "com uma estrutura ambivalente de ficção e de memórias autobiográficas, de um palhaço que, ao tentar exercer seu trabalho, depara-se com um universo completamente hostil gerado por um grupo de crianças de classe média alta. Eliminando qualquer possibilidade de representação do mundo contemporâneo como um universo harmônico e pacificado, de se fornecer uma imagem de feliz reunião dos diferentes que a idéia de circo e a exibição mais ou menos lírica de um palhaço inocente para espectadores irmanados num mesmo sentimento de empatia poderia sugerir¹". Em linhas gerais, a peça mostra uma espécie de 11 de setembro dos palhaços, com bom humor, é claro.¹ - José da Costa - Prof. do Programa de Pós Graduação em Teatro da UNI RIO
Partindo da realidade desse profissional/cidadão, discute várias questões que estão na ordem do dia na sociedade moderna. Valendo-se de algumas habilidades circenses como o malabarismo, o equilibrismo, a magia e a manipulação de bonecos, o ator cria um ambiente mágico, lúdico e às vezes onírico para conduzir o espectador, a partir de uma relação direta, a uma viagem bem humorada, trágica, patética, singela, onde o objetivo é refletir e provocar a indignação.
3/7, 20h - INTERMEZZO
Intermezzo é um espetáculo circense que explora principalmente a linguagem da comicidade, utilizando técnicas como magia, acrobacia, dança, equilíbrio e acrobacia aérea, como trapézio, tecido, lira, corda indiana, etc.





Mais sobre o grupo Teatro Anônimo




Além do repertório de 9 espetáculos - Roda Saia Gira Vida (1994), In Conserto (1998), Caleidoscópio (1998), Tomara que Não Chova (2001), Guardados (2003), Almas Berrantes (2004), Homem Bomba (2006) e Lar Doce Lar (2006), Noites de Parangolé (2008) - o Teatro de Anônimo desenvolve oficinas práticas com diferentes enfoques: O Jogo Como Técnica, direcionado para atores e artistas circenses, Circo-Teatro Atuação, oficina introdutória de circo-teatro para crianças e adolescentes, oficina permanente de Acrobacia Aérea e oficina de Gestão Cultural.




A atuação do Teatro de Anônimo se dá através de uma dinâmica sistemática de apresentações de espetáculos, realização de temporadas, oficinas e participação em festivais. O Grupo é também responsável pela criação, produção e realização do evento Anjos do Picadeiro - Encontro Internacional de Palhaços que, em suas 7 edições, já reuniu mais de 500 grupos e artistas nacionais e internacionais.

ENTREVISTA DE BENITA PRIETO

fascínio que as histórias de terror e mistério exercem sobre nós
Benita Prieto
“A emoção mais forte e mais antiga dohomem é o medo, e a espécie mais forte e maisantiga de medo é o medo do desconhecido.”H. P. Lovecraft
Estamos num novo século e a tecnologia se desenvolve cada vez mais. No entanto, somos ainda os seres que, maravilhados, ouvimos histórias de feitos, façanhas, assombrações...Também aumentaram os veículos de comunicação, com o surgimento do rádio, cinema, televisão, computador. Cada um buscando, à sua maneira, relacionar-se com a narrativa.E, num caldeirão repleto de gêneros, temos o desejo pelo medo. Querem a prova?Pois perguntem a uma criança ou adolescente que tipo de história quer ouvir e terão comoresposta um sonoro: TERROR!O medo é um sentimento básico que faz parte do desenvolvimento emocional. Ele nosacompanha ao longo da vida e vai adquirindo novas dimensões e características.Tudo já começa no nascimento, ou quem sabe antes, quando o bebê, que se encontravanuma situação de total aconchego e proteção, de repente, passa a conviver com ummundo desconhecido, caótico e confuso. Logo ele vai atribuir a esse mundo externo tudo quelhe faz mal, como a fome, o frio, a ansiedade. O mundo vai ficar dividido no que o satisfaze lhe dá prazer e no que lhe provoca tensão, frustração e mal-estar.A criança passa por vários estágios. No princípio, na sua fantasia, ela atribui poderesmágicos a seus pensamentos e desejos, não diferenciando o que imagina do que ocorrena realidade. O que ela representa em imagens tem relação com a intensidade de suastendências amorosas ou destrutivas e com sua capacidade de tolerância à frustração. A qualidadedessa dinâmica será a medida dos temores e dos medos que sente e, no futuro, resolverão num plano imaginário, preservando nossa integridade física.Acontece que, muitas vezes, pais, avós, familiares, amigos transformam o quase prazer que esses contos provocam em algo aterrador, através da atmosfera de pavor construída, e propositalmente criando um medo real, como se algo pudesse acontecer. E muitos de nós já fomos vítimas desse terror na infância, quando ouvíamos que uma infinidade de monstros podiam nos levar. Por isso deve-se tomar cuidado, não especificamente com o conteúdo, mas com a forma de utilização da história. Claro que estamospensando em crianças que não estão traumatizadas ou têm algum transtorno psíquico ou psicológico. O professor francês Marc Soriano defende que “as crianças utilizam certo tipo de imagens que despertam nelas ressonâncias afetivas para se ‘vacinar’ contra eventuais traumatismos”.Mas de onde vem esse fascínio pelas histórias de medo?O psicólogo Bruno Bettelheim nos explicou o assunto a propósito dos contos de fadas, dizendo que são um meio de projeção dos instintos e problemas da criança. Através deles são exteriorizados determinados conflitos da psique infantil, dando forma e corpo a esses “fantasmas”.Já Freud interpreta o sinistro como aquilo que foi convertido em espantoso, mas que em algum tempo foi familiar e conhecido.Da união das duas idéias podemos supor que o sinistro, contido nos contos de medo, consiste em que tais “fantasmas” pessoais nunca nos abandonam de todo e nos revisitam periodicamente, materializando-se na ocasião em que algum estímulo os evoque. Por detrás do sinistro está, de forma encoberta um desejode algo proibido ou oculto.Por isso, nos primeiros anos de vida, esses contos que tanto fascinam são importantes, como uma forma inconsciente de exorcizar medos reais através de medos fictícios.E posteriormente servem para aprofundar o processo de amadurecimento pessoal, já que neles estão em jogo emoções básicas.Outra questão que nos parece muito interessante é de onde vem essa noção de sinistro tão em moda atualmente?Em primeiro lugar, fala-se de uma indução artística e literária ao medo que é provocada pelo grotesco, já que ele é o exagero, ou seja, o deformado, aquele que não tem forma.Portanto há uma indução ligada à morfologia ou iconologia literária facilmente identificávelnos fantasmas ou defuntos, por seu aspecto.Essa idéia-núcleo de deformidade está na base de diversos arquétipos que se repetem incessantementenas expressões artísticas.Mas o prefixo negativo de (de)formidade pode ser lido também como aquilo que está contra a forma habitual. As personificações deformes seriam aquelas que se contrapõem à realidade percebida ou que inclusive se aproximam dos mistérios da morte, do vazio, do inapreensível.Também há uma concepção degradada do grotesco, assimilada do aspecto disparatado, absurdo, extravagante ou grosseiro que vemos em muitos personagens.Historicamente o grotesco já era conhecido na Antigüidade como podemos ver nas representaçõesmitológicas dos centauros, sátiros, medusas... A literatura e a arte medieval também estão povoadas de expressões grotescas, por causa do tom religioso dessas artes e a conexão com o mundo sobrenatural e escatológico.Portanto o deforme é o que está além da morte num duplo sentido: como carente de forma (espíritos, duendes...) e como exagero ou deformação (as visões do inferno, a imagem do diabo com chifres e asas de morcego).Em todo caso, mais que a deformidade, o conceito moderno sobre monstro está aproximado ao desconhecido e à surpresa. O monstruoso é o contravalor da beleza, o espelho ou o foco que ajusta a sua imagem ou, dito de outra maneira, a outra face da mesma moeda.É próprio do sinistro a sua presença latente, como na Cuca das cantigas de ninar, ou a necessidade de ocultamento, daí a importância dos heróis mascarados. Todos são pessoas com uma “pele de animal”, ou animais com uma “pele de pessoa”, trazendo de novo o mito.Como exemplo de uma figura folclórica e sinistra, temos o “Homem do Saco”.Sua fascinação depende do seu mistério, seu ocultamento, e mesmo seus objetivosnão revelados. O que acontece é que essa irracionalidade é assimilada rapidamente,no campo moral, ligado à maldade e à monstruosidade.Mas a morfologia das aparições sinistras coincide também com o luminoso. Assim apresença de Deus é a intuição do desconhecido, de uma força sobre-humana que produzpânico, estupor e fascínio, que causa ao sujeito experiências de diversos graus de prazerou desprazer. Deus, em seus aspectos de fascinante, excessivo, superabundante, aproxima-se do conceito de grotesco no seu duplo sentido como carente de forma ou contraa forma, contrapondo-se à normal.A experiência do sagrado se transforma à medida que a religião racionaliza a idéiado sagrado, em uma experiência do sinistro, do não-conhecido, do inominável, queadota as rubricas literárias do fantástico, estranho, aterrador.Desse modo, o sinistro nos aparece como grotesco e o grotesco se reafirma comoessa percepção irracional dos aspectos desconhecidos de nossa personalidade, como oretorno ao proibido, provocado por estímulos que têm alguma relação (metafórica oumetonímica) com essa pulsão latente.A análise do medo, tendo como paradigma a psicologia e a psicanálise, é muito extensa,mas não poderia deixar de ser abordada, mesmo que, minimamente, nesse artigo.Agora podemos perceber que o desejo pelas histórias de medo não é da atualidade.Esses personagens são os que estão no nosso imaginário e há muito tempoamedrontam e convivem com o homem, embora tenham trocado um poucode feição.Nossos monstros de hoje estão baseados em arquétipos antigos, mas mudaramde forma e até de endereço. Temos, por exemplo, os alienígenas e até os psicopatas, bem verdadeiros, que passeiam pelas cidades ferindo ou matando.Podemos conviver com todos os tipos de monstros, como os dos desenhos japoneses, os Aliens, os Dráculas, os morto-vivos e os seres primitivos, nossos velhos conhecidos, que ainda existem nas pequenas comunidades. E todos podem amedrontar, pois de alguma maneira revivem os mitos.E será que essas narrativas também não trazem embutidas as velhas funções de Propp? Através delas, nãoestaremos buscando como desenlace a recompensa, a descoberta do objeto mágicoou a reparação de um mal?Mas hoje nossos meninos não são os mesmos. Têm um mundo de modernidadesque os faz ver e sentir de outra forma. Aprendem com mais rapidez,quando têm acesso à informação e à escola.Podem ver o universo através das telas dos computadores e dos televisores.Por isso muitas coisas se banalizam e sentimentos que deveriam ser preservadospara toda a vida são esquecidos ou nem são sentidos.Todas essas coisas se associam e para que possamos pensar um pouco sobre o reflexodelas nas crianças, trazemos uma declaração muito interessante do escritor Jesús Callejo queestá no seu livro Los dueños de los sueños.Ele sugere que, nos tempos atuais, a Cuca foi substituída pela opressão e comercializaçãoque é feita com o carinho, quando alguém diz para uma criança: Se não fizer tal coisa, eu não vou mais gostar de você. Assim a criança vai incorporar à sua grande lista de temores o de não ser querida poraqueles de quem ela gosta tanto e necessita.Esse será mais um dos conflitos psicológicos que ela terá que vencer ao longo da vida.
BIBLIOGRAFIACALLEJO, Jésus. Los dueños de los sueños: ogros, cocosy otros seres oscuros. Barcelona: Martínez Roca, 1998.CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo:Palas Athena, 1990.CASCUDO, Luis da Câmara. Dicionário do folclorebrasileiro. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro/Ministério da Educação e Cultura, 1954. Literatura oralno Brasil. 3.ed. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo:Editora da Universidade de São Paulo, 1984.COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas. 2.ed. Riode Janeiro: Ática, 1991.HELD, Jacqueline. O imaginário no poder: as criançase a literatura fantástica. São Paulo: Summus, 1980.(Novas buscas em educação, v.7)LOVECRAFT, Howard Phillips. O horror sobrenaturalna literatura. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
Benita Prieto Engenheira, atriz, produtora, contadora de históriasdo Grupo Morandubetá, especialista em Literatura Infantil eJuvenil, e em “Leitura: teoria e práticas”. Autora do livro infantil:As “armas” penadas.
FONTE INTERNET 12/03/2007 22:00 Hhttp://www.leiabrasil.org.br/pdf/revista_Medo.pdf

TATIANA BELINKY


TATIANA BELINKY
Uma das escritoras de livros infantis mais conhecidas no Brasil. Curiosamente, ela nasceu na Rússia, em 1919, e veio pequena ao Brasil, com apenas dez anos de idade. Além dos livros infantis, Tatiana ficou famosa por ter sido responsável pela primeira adaptação do "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", de Monteiro Lobato, para a televisão.

Tatiana, você ,na literatura infantil é uma referência, mas estamos curiosos com sua trajetória no teatro infantil. Como começou essa sua relação com o teatro para crianças?
Começou muito cedo. Meus pais me levavam aos teatros, desde pequena. E meus primos mais velhos “faziam teatro” em nossa casa. “Estreei” como atriz aos 4 anos no papel de uma... mosca. Uma experiência que nunca esqueci;

Ao lado de Ilo Krugli, Maria Clara Machado colocamos o seu nome como uma das desbravadoras do teatro para crianças. Como você mesma vê sua atuação nesta área ?
Começamos a fazer teatro para crianças em 1948, em espetáculos de fim de semana em todos os teatros da Prefeitura de São Paulo. durante cerca de 3 anos, com o nosso grupo semi-amador TESP, Teatro-Escola de São Paulo, com direção de Julio Gouveia, médico-psiquiatra e educador (Já diretor do teatro de amadores do SESC) e eu autora, tradutora e adaptadora dos textos.

A adaptação do Sitio do Pica Pau Amarelo foi um marco em sua carreira e uma referência, mas a televisão fez parte de sua vida durante muito tempo. Poderia falar sobre este momento de sua carreira, levando o teatro infantil para a televisão?
A TV Tupi, Canal 3, de S. Paulo, convidou o TESP a levar o espetáculo que estava nos teatros da Prefeitura para levá-lo ao estúdio da Tupi, como primeiro tele-teatro infantil da televisão, naquele ano, 1951, como “presente de Natal”. E graças ao sucesso dessa experiência, fomos logo convidados a fazer um tele-teatro semanal, com temática brasileira. Foi assim que surgiu a primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, com roteiros meus e direção e apresentação de Julio Gouveia. Esse programa, semanal, durou mais de 11 anos, sem interrupção. E logo acompanhado por mais 3 programas por semana: 2 capítulos de mini-séries de cerca de meia hora, sempre baseados em obras literárias, de uns 30, 50 capítulos, e mais um programa dominical, de peça teatral completa, de uma hora e até mesmo mais, primeiro de manhã, e logo mais à tarde, o “Teatro da Juventude”, sempre com roteiros meus e direção e apresentação de Julio Gouveia. Tudo sem intervalos comerciais, que o Julio não admitia. As tele-peças só tinham apresentação inicial e conclusão final com o nome do patrocinador, que tinha contrato com a Emissora.

Você é uma autora profícua em literatura infantil e para o teatro quais os seus textos os mais montados ?
Não sei dizer quais foram os meus textos mais montados. Foram muitos mesmo, afinal, 4 textos por semana por cerca de 11 anos é muita coisa! E mais de uma dezena deles saíram publicados em livros, como teatro amador, continuando a ser montados em várias cidades e estados, até hoje, como A Sopa de Pedra, Quero a Lua, e

Você hoje ainda vê Teatro para crianças? Se vê, o que acha dos espetáculos hoje ?
Sim, sempre que posso. São muitos espetáculos em cartaz, talvez até demasiados. Boa parte de excelente qualidade artística, técnica, estética e mesmo temática. (Mas nem todos, né...) De qualquer modo, o teatro para crianças e jovens melhorou muito, em todas as áreas.

Como você poderia dizer para pais e professores da importância do teatro na formação de uma criança?
Essa importância é enorme, uma experiência super-valiosa, que deve ser oferecida às crianças desde bem cedo, em forma de jogos dramáticos e espetáculos feitos e assistidos por elas na escola (e também pelos pais e outros responsáveis). Fica longo falar disso tudo neste espaço. Mas recomendo muito a leitura da “tese-ensaio” de Julio Gouveia, publicada no livro “E isto fica para outra vez”, da Editora Salamandra, adquirido pelo governo federal para distribuição gratuita nas escolas públicas.

Você continua ativamente trabalhando dentro desta área infanto-juvvenil? Quais as suas realizações atuais? Seus planos?
Continuo e vou continuar. Agora estou mais às voltas com literatura, livros, prosa leve e poe4sia divertida. Tenho planos para alguns livros “maiores” – são as minhas “lições de casa”, que me dão ânimo para ir em frente...

Qual o “caminho das pedras” para o bom espetáculo teatral e qual a importância da leitura do texto teatral, pelas crianças ?
Fazer teatro sempre foi e continua sendo “um caminho das pedras”. Está sempre em crise, mas nunca vai acabar – até porque, é uma velha necessidade do ser humano, que “faz teatro” e “assiste teatro” desde que nasce. Mas reconhecer a importância do teatro, do texto teatral, é o primeiro passo. E o bom texto teatral, BOM para a criança, teve ter muitas qualidades. Mas as essenciais são, claro, estética, ética, fantasia, emoção e HUMOR! Recomendo de novo a tese de Julio Gouveia, e cito Stanislawsky: “O teatro para crianças deve ser igual ao dos adultos – só que melhor”.

Você e seu esposo Júlio Gouveia realizaram uma “cruzada” em prol da boa literatura e do bom teatro infantil – resuma para nós esta “cruzada santa” .
Foi uma espécie de coincidência, se é que isso existe. Aconteceu de termos as mesmas idéias e intenções: ajudar a “abrir” (nunca “fazer”) a cabecinha infantil para o que há de melhor: olhos e ouvidos abertos, curiosidade – e beleza! A beleza de Sua Majestade a Palavra, a língua, a poesia – e tudo o mais que vem ao encalço dessas “coisas”...

Quais as diferenças do teatro de ontem e de hoje e da criança de ontem e de hoje?
O “Teatro de ontem”, aundo é BOM, vira clássico e continua bom – mas com mais recursos técnicos, etc – e conservando a “essência”. Já o teatro de hoje conta com toda uma série de recursos novos de todo tipo. Mas a “arte” da representação teatral, da direção, da atuação dos atores – esses exigem a mesma qualidade, mesmo com assuntos e até idéias quiçá um tanto diferentes.Já quanto “à criança” de ontem e de hoje, há muito e muito tempo que ela não muda: nasce pequena, pelada, banguela e “analfabeta” – e totalmente dependente... As diferenças aparecem mais tarde, com as circunstâncias, os ambientes, o “entorno” e tudo o mais, o que pode ser muito bom, mas também muito ruim, especialmente nos grandes centros, com excesso de barulho, de informações, etc, etc, etc, que prejudicam a concentração, a atenção, o próprio pensamento – e de novo, etc, etc, etc...

EXPOSIÇÃO DE CONTADORES DE HISTÓRIA NO RIO JARDIM BOTÂNICO


OLIMPIADA DE LINGUA PORTUGUESA


segunda-feira, 1 de junho de 2009

FUNARTE LANÇA EDITAL

Funarte tem inscrições abertas para três seleçõesConfira os programas abertos pela Fundação Nacional de Artes, com abrangência nacional, para estímulo de atividades artísticas nas áreas de teatro, circo e música Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva Já em sua terceira edição, o Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva é promovido em parceria com o Instituto Camões, a Direção Geral das Artes e o Teatro Nacional D. Maria II, de Portugal. Podem concorrer textos teatrais originais de todos os gêneros e para todos os públicos, criados por dramaturgos brasileiros ou portugueses. Além de receber recompensa no valor de 15 mil euros, o autor escolhido terá seu texto editado em livro e encenado no Brasil e em Portugal.Inscrições: até 26 de junhoMais informações: premiolusobrasileir o@funarte. gov.brwww.funarte. gov.br
Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo O Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo foi criado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) para apoiar companhias, empresas, associações, trupes ou grupos circenses que queiram adquirir equipamentos, produzir espetáculos, realizar pesquisas, promover mostras e festivais ou homenagear artistas que tenham contribuído para o desenvolvimento do circo. O processo seletivo está aberto a projetos e proponentes de todas as regiões brasileiras. Ao todo, R$ 2,7 milhões serão distribuídos em prêmios; 103 proponentes serão beneficiados. O investimento total é de R$ 2,9 milhões. Inscrições: até 26 de junhoMais informações: circo@funarte. gov.brwww.funarte. gov.br
XVIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea Este edital irá selecionar as obras musicais que estarão na programação da XVIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, entre 23 de outubro e 1º de novembro. Podem se inscrever no processo seletivo compositores brasileiros natos, naturalizados ou residentes no Brasil há pelo menos três anosInscrições: até 10 de junhoMais informações: classicos@funarte. gov.brwww.funarte. gov.br (21/05) Funarte São Paulo. Assessoria de Comunicação Social. Tel. (11) 3662-5177. Caso deseje cancelar o recebimento dos informativos Funarte, envie e-mail para comunicacaosp@ funarte.gov. br

EXPOSIÇÂO no SESC de Campos

EXPOSIÇÂO no SESC de Campos
SÓ LÂMINA - Nuno Ramos
3º a 6º, 12h às 21h, Sábados e domingos, 10h às 17h
03 a 30 de junho de 2009

A coordenação das Ações Educativas em Artes Visuais convida para a programação a ser realizada durante a exposição SÓ LÂMINA do artista brasileiro Nuno Ramos, nas dependências do SESC Campos.
A Exposição SÓ LÂMINAS é composta por onze trabalhos baseados em oito estrofes do poema de João Cabral de Melo Neto, chamado Uma faca só lâmina, além de um múltiplo Carolina, feito a partir de um diálogo escrito pelo artista, e do filme Luz Negra, uma homenagem ao sambista Nelson Cavaquinho.
As visitas mediadas acontecem nas terças, quartas e quintas-feiras das 13h às 15h, ou em outro dia e horário a combinar, mediante agendamento prévio com Vera pelo telefone (22) 8117-5398 ou e-mail vera_plet@yahoo.com.br.
Os participantes na visita a exposição podem assistir também ao espetáculo teatral da Ação Cultural, participar das atividades esportivas ou de outras programações do dia.
Abertura dia 03 de junho, quarta-feira, às 19h. Nesse mesmo dia e horário será apresentado o espetáculo Café & Bossa com Nya Maia acompanhada pelo SamBossaTrio que integra a programação Brasil de 50 em Tempo de Bossa. Veja a programação completa e também a programação da Ação Cultural nos anexos.
SESC Campos - Avenida Alberto Torres nº 397, Campos dos Goytacazes, RJ – (22) 2725-1210.
Vera L. Pletitsch vera_plet@yahoo.com.br veralpz@uenf.br (22) 2723-5593 (22) 8117-5398
(22) 2724-3471 (Pólo Regional Arte na Escola - UENF - CCVM)

AUGUSTO BOAL

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