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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Simplesmente Eu, Clarice Lispector



Encontro com Clarice Lispector


O que me levou a fazer Clarice Lispector no teatro foi o mistério do espelho, a identificação que sinto por ela. A vontade de trazer mais luz sobre esta mulher que revolucionou a literatura brasileira redimensionou a linguagem falando do indizível com a delicadeza da música, usando a escrita como uma revelação, buscando o som do silêncio ou fotografar o perfume. “A arte é o vazio que a gente entendeu” diz Clarice.

Quero atingir o vazio de mim mesma para refletir a profundidade desta mulher que conhece o segredo das palavras e suas dimensões. O questionamento, é a busca constante do artista diante de sua escolha, como ela, eu gosto de intensidades.

Há dois anos mergulhei num processo de pesquisa para escrever este roteiro lendo tudo o que podia de sua obra e livros biográficos. Fiz dois workshops com Daisy Justus, psicanalista, especializada em Clarice Lispector , que analisa sua obra sob a ótica da psicanálise. Vi e ouvi tudo o que podia sobre ela, suas entrevistas, fotos, o depoimento no MIS, a entrevista póstuma na TV Cultura , enfim me tornei uma esponja de tudo o que se referia a ela.

Neste olhar apaixonado escolhi sua obra para recontá-la. Construí um corpo narrativo com trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências que preparam os personagens que irão se apresentar ao público como desdobramentos dela mesma. Os temas abordados são reflexões sobre criação, vida e morte, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, arte, loucura, amor, inspiração, aceitação e entendimento.



Clarice é muito pessoal em seus escritos e todos os seus personagens tem algo de si mesma. Acho que Joana de “Perto do coração selvagem” talvez seja a mais parecida com sua essência criativa e indomável. Ana do conto “Amor” é a dona de casa e mãe dedicada que Clarice certamente foi. Lori de “Uma Aprendizagem ou O livro dos prazeres” vive em cena as descobertas do amor e A Mulher do conto “Perdoando Deus” é uma bem humorada auto-critica.

 
Por: Beth Goulart


OS PARCEIROS

Beth Goulart escolheu parceiros de peso para a criação do espetáculo, Maneco Quinderé aceitou o desafio de elaborar a luz. A supervisão de direção é do mestre Amir Haddad que irá questionar as escolhas da atriz e diretora para atingir melhor o público e compartilhar a alegria do ato teatral. A trilha foi criada por Beth e especialmente composta por Alfredo Sertã inspirado em Eric Satie , Arvo Part, Debussy e Lalo Schifrin. A direção de movimento de Márcia Rubin é fundamental para a sutileza das transmutações e a precisão de gestos e coreografias. Rose Gonçalves ajuda a visualização de cada palavra em sua preparação vocal dando maior noção de tempo à narrativa. O cenário de Ronald Teixeira remete a idéia de um útero de folhas que abraça todo o espaço cênico dando a neutralidade do vazio e a magia do onírico. O figurino de Beth Filipecki com elegância e simplicidade aproxima Beth de Clarice. As fotos são da italiana radicada no Brasil Fabian. O visagismo das fotos é de Rose Verçosa. O visagismo do espetáculo é de Westerley Dornellas. A programação visual de João Gabriel Carneiro e a direção de produção são de Pierina Morais.

SERVIÇO:







Sobre o Espetáculo:



Duração: 60 minutos.



Classificação indicativa: 12 anos.



Local: Teatro SESI – Campos







Telefone: (22) 2101-9000.



Capacidade do teatro: 205 lugares



Ingressos: R$15,00 e R$7,50 (Cientes do SESI, estudantes, pessoas com mais de 60 anos).



Bilheteria: 8h às 20h.







Apresentações – 18 e 19 de Março, quinta e sexta, às 20h.






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